Crescimento da economia não é mais pontual

O ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Guido Mantega, disse ontem que o crescimento da economia brasileira não é mais pontual nem depende tanto do agronegócio. Para ele, o crescimento se dá de forma generalizada e já chega ao varejo das principais regiões metropolitanas do País.

?Pelos indicadores que eu tenho visto, já se percebe que há um crescimento generalizado, um crescimento difuso no País. Não é mais um crescimento econômico só do setor exportador embora ele tenha sido o carro-chefe deste ciclo de crescimento que está começando?.

Na avaliação de Mantega, o País deverá mesmo fechar o ano com crescimento econômico em torno dos 3,5%. Para ele, a expansão da economia se verifica em todos os principais segmentos do setor industrial e o nível de consumo nas grandes regiões metropolitanas vem aumentando.

?Sou levado a crer que temos não só um processo de crescimento pontual, localizado, porém um crescimento generalizado, embora mais sensível em algumas áreas como a do setor exportador. É possível, também, observar esse crescimento nos setores de bens de capital (máquinas e equipamentos); metalúrgica. E até em dados que tenho visto de grandes lojas varejistas, que têm vendido muito mais do que antes?. Para o ministro, esse aumento de consumo reflete a melhoria do nível de renda da população, com reflexos na economia de um modo geral.

?As pesquisas de intenção de investimento mostram o empresariado extremamente otimista. Dados divulgados pela própria Fundação Getúlio Vargas mostram que o empresariado quer aumentar o investimento para ampliar a planta industrial e não apenas para dar maior racionalidade ao seus negócios, reduzindo custos. Não é o caso, o objetivo é ampliar investimentos para ampliar a oferta?.

Mantega ressaltou que por trás da recuperação dos níveis de comércio está, sobretudo, a redução das taxas de juros. ?A Selic taxa básica de juros da economia chegou a 10,5% desde julho do ano passado?.

As declarações foram dadas na sede do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), onde o ministro também anunciou, junto com o presidente do órgão, Eduardo Pereira Nunes, a intenção do governo federal de unificar as três principais pesquisas feitas pelo instituto. O objetivo da unificação é dar maior abrangência à Pesquisa Mensal de Emprego (PME), que passaria a apurar a variação da mão-de-obra nas 27 unidades da federação aí incluídas as principais cidades do interior e não só as seis principais regiões metropolitanas, como é feito atualmente.

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