O índice de produção da indústria cresceu 9,6 pontos em julho, na comparação com o mês anterior, atingindo 53 pontos. O dado é da Sondagem Industrial, divulgada nesta quinta-feira, 22, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Segundo a pesquisa, o indicador está 5 pontos acima da média histórica e é o maior desde outubro do ano passado.
Apesar dessa melhora na produção, o emprego do setor continua em queda. O Índice que mede a evolução do número de empregados ficou em 48,4 pontos em julho (47,2 pontos em junho), abaixo da linha divisória dos 50 pontos. Os indicadores da pesquisa variam de zero a 100 pontos e, quando estão acima de 50 pontos indicam aumento da produção e emprego.
A Sondagem revela que o aumento da produção em julho foi acompanhado do crescimento da utilização da capacidade instalada em dois pontos, na comparação com junho, atingindo 68% em julho. A CNI destaca que o porcentual ainda é menor que o registrado em anos de maior atividade industrial, mas chega ao patamar de 2018 e supera o registrado no mês em três anos anteriores.
Apesar dessa melhora, o mês de julho mostra acúmulo de estoques indesejados, o que é uma tendência que vem sendo observada desde o início do ano. “O aumento dos estoques está sendo acompanhado pelo aumento do índice de nível de estoques efetivo-planejado, ou seja, há uma avaliação crescente de excesso dos estoques. O índice vem aumentando desde janeiro, e atinge 52,8 pontos em julho, alta de 0,6 ponto em relação a junho. É o maior índice desde maio de 2018 – quando ocorreu a paralisação dos transportes”, destaca a CNI.
Expectativas
Os empresários estão mais dispostos a fazer investimentos nos próximos seis meses, segundo a Sondagem. O índice de intenção de investimentos subiu 1,7 ponto na comparação com julho e ficou em 54,1 pontos em agosto. As grandes empresas são as que estão mais dispostas a fazer investimentos nos próximos seis meses. Nesse segmento, o indicador está em 61,1 pontos.
“Os empresários perceberam melhora nas condições de seus negócios, com aumento da produção e da utilização da capacidade instalada. Por conta disso, a intenção de investir aumentou. Se as expectativas hoje otimistas não se frustrarem, poderemos ter mais números positivos de atividade nos próximos meses”, diz o economista da CNI Marcelo Azevedo em nota divulgada pela entidade. “Mas é importante ressaltar que a ociosidade e os estoques seguem elevados. Isso dificulta uma recuperação mais rápida”, acrescenta.
O índice de expectativa de demanda também cresceu 0,5 ponto, para 58,3 pontos. O índice de expectativa de compras de matérias-primas subiu 0,8 ponto, para 55,8 pontos no mês; e o índice com relação ao número de empregados teve alta de 0,2 pontos, atingindo 50,8 pontos. Somente o índice de expectativa de exportação apresentou queda de 0,4 ponto, ficando em 52,2 pontos. Apesar disso, todos os índices de expectativa estão acima de 50 pontos, o que indica, segundo a CNI, expectativas positivas e mostram alta na comparação com agosto do ano passado.
A Sondagem foi feita entre os dias 1º e 13 de agosto, com 1.957 empresas.