O Paraná registrou em agosto a maior taxa de crescimento do emprego industrial no País: 4,2%, bem acima da média nacional, que ficou em 2,2%. Dos 18 segmentos pesquisados no Estado, 13 apresentaram aumento no número de trabalhadores, na comparação com agosto do ano passado. Com isso, o emprego na indústria do Paraná acumula no ano crescimento de 2,4%, contra 1,6% na média brasileira. Os dados fazem parte da Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (Pimes), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O bom desempenho do emprego na indústria paranaense se deve principalmente a três segmentos: a indústria automotiva, que registrou aumento de 29,7% no volume de empregos; a indústria de alimentos e bebidas (6,44%) e a de produtos químicos (16,03%). De acordo com a economista Denise Cordovil, da Coordenação da Indústria do IBGE, no caso da indústria de meios de transporte (montadoras), o bom desempenho se deve especialmente ao aumento da demanda interna, incentivada pelo maior acesso ao crédito e pela redução da taxa de juros. ?Esse cenário está favorecendo o consumo de bens duráveis?, destacou. Já a indústria de alimentos e bebidas está aquecida por conta tanto do mercado interno como do externo, enquanto a de produtos químicos – que inclui produtos como adubos e fertilizantes – reflete a recuperação da agricultura.
Por outro lado, setores que vêm sofrendo os efeitos da valorização do real seguem demitindo. Caso da indústria da madeira, que registrou queda de 8,2% no número de empregos no Paraná. Outros setores que tiveram desempenho negativo foram produtos de metal (-5,5%) e indústria têxtil (-4,1%). Em nível nacional, o setor de calçados e couro e o de vestuário também vêm registrando queda no nível de emprego. ?Esses segmentos apresentam resultados negativos já há algum tempo?, comentou Denise.
Com relação à folha de pagamento, ela cresceu 5,3% no Paraná em agosto, contra 4,7% na média do País. Os setores que mais contribuíram para o aumento da folha no Estado foram o de meios de transporte (montadoras), com incremento de 20%, seguido pelo de alimentos e bebidas (7,1%) e pelo de máquinas e equipamentos (11,9%) – este último por conta do crescimento da demanda por bens de capital.
Já no acumulado do ano (janeiro a agosto), o desempenho do Paraná ficou abaixo do nacional: crescimento de 3,3%, contra 4,8%. Os setores que registraram o maior aumento da folha neste tipo de comparação no Estado foram meios de transporte (crescimento de 18,1%), alimentos e bebidas (6,2%) e outros produtos da indústria de transformação (15,6%).
País
Em nível nacional, o crescimento de 2,2% do emprego na indústria em agosto foi o 14.º resultado positivo consecutivo e a maior taxa desde abril de 2005, quando o crescimento sobre o ano anterior havia sido de 3,2%.
Em agosto, o volume de trabalhadores cresceu em 12 dos 18 segmentos da indústria e em nove dos 14 locais pesquisados. Os setores que mais contribuíram para o aumento do emprego foram o de alimentos e bebidas (4,2%), o de meios de transporte (9,6%) e o de máquinas e equipamentos (8,8%).