A saída de Pedro Parente da Petrobrás aumentou as expectativas de que o executivo possa assumir o comando da BRF, maior exportadora global de frangos. Parente foi eleito presidente do Conselho de Administração no dia 26 de abril, no lugar do empresário Abilio Diniz. As ações da companhia fecharam ontem com a maior alta do Ibovespa, a R$ 23,39, elevação de 9,2%. Enquanto isso, o papel ON da Petrobrás teve baixa de 14,92%, para R$ 18,88.
Fontes próximas à BRF afirmaram que a renúncia de Parente da estatal abre caminho para que ele assuma a presidência da gigante dos alimentos, hoje ocupada interinamente por Lorival Nogueira Luz, desde 23 de abril. Uma pessoa próxima à companhia já considera certa a ida de Parente para o comando do negócio, que registrou prejuízos por dois anos consecutivos.
Parente só participou de uma reunião de conselho – a de sua posse. Mas tem trabalhado nas últimas semanas para entender os números da BRF e tentar melhorar a eficiência operacional do negócio – fábricas da empresa foram embargadas para exportação em decorrência da Operação Carne Fraca. Nos últimos dias, unidades também foram paralisadas por causa da greve dos caminhoneiros. Ele tem falado todos os dias, por telefone, com Lorival, dizem fontes.
Na semana passada, Pedro Parente disse a interlocutores que não tinha sido sondado para ser presidente da companhia.
Remuneração. A BRF (união de Sadia e Perdigão) começou a passar por turbulências no início do ano passado, com a divulgação do primeiro prejuízo de sua história. Vários executivos saíram da empresa, e a gestão do empresário Abilio Diniz, presidente da Península, começou a ser questionada. Ainda sob gestão de Abilio, o conselho da BRF aprovou para este ano um pacote de remuneração para conselheiros e diretores de até R$ 92,4 milhões.
Em nota, a BRF diz que continua avaliando a estrutura organizacional da empresa antes de escolher o novo presidente. “A companhia reforça o que foi comunicado anteriormente sobre a escolha de um novo CEO novo. Qualquer nova informação será reportada ao mercado.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. / Colaborou Nayara Figueiredo