Os turistas brasileiros que pensam em visitar a Europa nos próximos meses estão descobrindo um lado positivo da crise econômica europeia. Com a queda histórica do euro em relação a sua paridade com o dólar (hoje 1 euro está próximo dos US$ 1,26), o momento é favorável para quem precisa adquirir a moeda, principalmente para quem está com a viagem programada, como os estudantes intercambistas.
Em relação ao real, o euro está valendo R$ 2,26, sendo que, há um ano, o euro estava acima dos R$ 3. A dica de especialistas é começar a fazer reserva, comprando euro aos poucos, segundo sugere Andreas Wiemer, o vice-presidente da empresa de câmbio Confidence, uma das maiores do País.
“É difícil saber que hoje, por exemplo, é o melhor dia dos próximos meses para se fazer a compra. Só se consegue fazer essa avaliação olhando o passado, mas historicamente esse é um momento favorável. O euro disparou quando surgiu o problema na Grécia e, com o anúncio do socorro do Fundo Monetário Internacional (FMI), a moeda voltou a cair e desvalorizou em relação ao dólar”, analisa Wiemer.
O que não pode é o viajante confiar somente no cartão de crédito para uso fora do Brasil. A fatura só é fechada após o uso e não se pode afirmar como estará a situação da moeda depois da viagem, sem contar as altas taxas agregadas ao uso do cartão de crédito no exterior.
Para quem prefere a comodidade do uso de um cartão ao invés de carregar muito dinheiro em espécie, existe a opção de um cartão pré-pago que pode ser carregado em euro, cujo sistema de funcionamento é similar ao de um celular pré-pago.
A vantagem é que o valor carregado não vai sentir os reflexos da oscilação posterior da moeda. Mesmo com essa possibilidade, a recomendação é levar uma quantia de dinheiro em espécie, principalmente para passar pela imigração dos países europeus.
Viagens
A grande maioria dos voos para a alta temporada está praticamente esgotada e a queda do euro pode ainda influenciar no acréscimo do turismo destinado ao exterior para o segundo semestre.
Mesmo antes da crise europeia, a perspectiva já era que as viagens internacionais de brasileiros não só para o continente europeu tenham um aumento de 15% no período de junho a agosto, o que também foi influenciado pela remarcação de bilhetes do ano passado, durante a pandemia da gripe A (H1N1), quando muitos passageiros decidiram cancelar suas viagens, atendendo recomendação do Ministério da Saúde.
“O brasileiro está aprendendo a se programar para pagar mais barato. Bilhetes que no início do ano eram emitidos por US$ 900 hoje giram em torno de US$ 1,5 mil”, avalia o presidente da Associação Brasileira das Agências de Viagens no Paraná (Abav-PR), Celso Tesser.
Banco de câmbio
Com a criação de uma nova figura jurídica pelo Banco Central, a empresa Confidence traz ao Brasil o primeiro banco de câmbio do País, que deve entrar em funcionamento até o fim do mês.
A intenção é proporcionar mais agilidade a viajantes e empresas em relação aos pagamentos internacionais com redução de tarifas sem a burocracia geralmente encontrada nos outros bancos para transferências simples destinadas a outros países.