Cresce a venda de imóveis usados em Curitiba e região

O mercado de imóveis usados está aquecido em Curitiba. Em maio, o Índice de Velocidade de Vendas (IVV) fechou em 6,1% – ou seja, de cada cem imóveis ofertados, seis foram negociados. O índice ficou acima do registrado em abril (4,3%) e maio do ano passado (4,4%). Os dados são do Instituto Paranaense de Pesquisa e Desenvolvimento do Mercado Imobiliário e Condominial (Inpespar), entidade ligada ao Sindicato da Habitação e Condomínios do Paraná (Secovi-PR).

?Apartamentos usados de até R$ 100 mil, R$ 120 mil, estão levando de 90 a 120 dias para serem vendidos. Há dois anos, esse prazo era de aproximadamente seis meses?, afirmou o vice-presidente de Comercialização Imobiliária do Secovi-PR e sócio da imobiliária Futurama, Marcos Machado. ?O mercado está muito aquecido?, confirmou.

E não são apenas os bairros mais tradicionais, como o Cabral, Juvevê, Portão e Água Verde, que vêm sendo procurados. Segundo Machado, um dos movimentos que vem sendo notado há quase um ano é a volta do curitibano ao centro da cidade. ?No centro, o preço do imóvel subiu muito mais do que a média. O metro quadrado, que custava entre R$ 450,00 e R$ 500,00, agora é negociado a R$ 700,00, R$ 800,00?, afirmou. Ou seja, um apartamento que custava R$ 50 mil há um ano e meio, agora chega a ser vendido por R$ 80 mil.

?O centro havia se deteriorado completamente, com prostituição, confusão. Acontece que os bairros também foram ficando perigosos, e hoje há muita gente vindo morar no centro?, explicou Marcos Machado. Para quem faz esta opção, tem como vantagem estar próximo ao comércio, além do fácil acesso ao transporte urbano. Isso sem contar que as peças do imóvel costumam ser bem amplas. Por outro lado, acrescentou Machado, a maioria desses imóveis não dispõe de garagem ou há no máximo uma vaga por apartamento.

E não foi só o imóvel do centro de Curitiba que valorizou, mas de toda a cidade. Conforme levantamento do Inpespar, os preços dos residenciais usados subiram, em média, 18,40% nos últimos 12 meses. Os apartamentos com um dormitório foram os que mais subiram (36,7%), seguidos por apartamentos com três dormitórios (34%) e com dois dormitórios (24,2%). As quitinetes, por outro lado, registraram o menor aumento no último ano: 12,7%.

Os mais procurados

Já entre os imóveis mais procurados, destaque para as quitinetes, que registraram em maio Índice de Velocidade de Venda (IVV) de 28,6% – ou seja, de cada cem imóveis ofertados, quase 29 foram vendidos. ?Quem tem quitinete entre R$ 40 mil e R$ 45 mil, bem localizada, vende rapidamente?, afirmou Machado. Em seguida, aparecem os apartamentos com um dormitório, com índice de 16,9%. Apartamentos com dois dormitórios e residências de alvenaria, também com dois dormitórios, igualmente tiveram uma grande procura, com IVV de 9,8% e 8,8%, respectivamente. Já os imóveis com menor procura, destacou o vice-presidente do Secovi-PR, são aqueles com valores entre R$ 200 e R$ 250 mil.

Quanto à forma de pagamento, Machado destacou que no caso da Futurama, quase 90% das vendas são feitas à vista (incluindo a utilização de recursos do FGTS) e apenas 10% através de financiamentos. ?Esse cenário já foi bem diferente. Antes ainda do Plano Real (julho de 94), quase 70%, 80% dos imóveis eram financiados.? Para o empresário, as pessoas vêm guardando dinheiro para comprar o imóvel desejado.

Sobre a tendência nos próximos meses, a aposta é que tanto a velocidade de vendas como os preços continuem subindo. ?A disponibilidade de crédito para financiamento, a concorrência entre financeiras, que fez baixar os juros, e a economia estável estimulam os compradores a assumir financiamentos a longo prazo, como são os imobiliários?, arrematou.

Número de imóveis financiados cresceu 192%

O aquecimento do mercado de imóveis já está refletindo nas operações de financiamento. Conforme levantamento da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), o número de unidades financiadas cresceu 192%: passou de 3.692 em maio de 2005 para 10.792 no mês passado. Nesse mesmo período, o volume de recursos contratos para financiar imóveis quase triplicou: passou de R$ 289,71 milhões para R$ 867,67.

No acumulado do ano, o aumento também é expressivo: o número de unidades financiadas passou de 21.158 em todo o País nos primeiros cinco meses do ano passado para 40.668 este ano. Já o volume de recursos cresceu de R$ 2,02 bilhões para R$ 3,2 bilhões.

Considerando o período de 12 meses, contados entre junho de 2005 e maio de 2006, o volume de recursos alocados ao mercado superou R$ 6,37 bilhões, que viabilizaram a construção e aquisição de mais de 80 mil unidades. Os dados da Abecip se referem às contratações de financiamentos de imóveis de todas as instituições financeiras do País.

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