Apesar de ultrapassar o Rio Grande do Sul no número de pessoas assalariadas em empresas, passando a ocupar a quarta colocação no ranking nacional – (6,3% ante a 6,2%), o Paraná não teve o mesmo desempenho em relação aos valores salariais. Os trabalhadores das empresas no Estado recebem um salário mínimo médio menor do que a média nacional. Os dados fazem parte do estudo Cadastro Central de Empresas 2009(CEMPRE-2009), divulgado na manhã desta quarta-feira (25), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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Os estados com os maiores salários médios foram o Distrito Federal (6,7 salários mínimos), Rio de Janeiro, São Paulo e Amapá (3,9 salários mínimos cada um), e Roraima, com 3,6 salários mínimos, todos valores acima da média nacional (3,3 salários mínimos). Já os menores salários médios ficavam na Paraíba (2,3 salários mínimos) e Maranhão, Piauí, Ceará e Alagoas (2,5 salários mínimos cada um). No Paraná, segundo o IBGE, são 2,9 salários mínimos, ficando junto com Santa Catarina, na 13.ª posição neste ranking.

Oportunidades

O Estado ficou na quarta colocação em relação à criação de novos empregos. O Paraná gerou 99,7 mil novas vagas, atrás de São Paulo (305,4 mil), Minas Gerais (121,3 mil), Bahia (120,7 mil). Outro número que aponta o bom desempenho do Estado se refere à participação das mulheres no pessoal ocupado assalariado (36,9%). É a quarta maior participação entre os estados. Em primeiro ficou Santa Catarina (39,6%), Rio Grande do Sul (38,5%) e Roraima (37,3%).

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Quanto ao nível de escolaridade, as maiores participações de pessoal assalariado com nível superior estavam no Distrito Federal (13,2%), no Rio de Janeiro (11,9%), São Paulo (11,6%), Paraíba (8,9%) e Paraná (8,8%) enquanto as maiores participações de pessoal ocupado sem nível superior foram observadas em Rondônia (95,2%), Acre (95,0%) e Alagoas (94,5%).

Nacional

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Em 2009, as 4,8 milhões de empresas e outras organizações integrantes do CEMPRE reuniam 40,2 milhões de assalariados, sendo que 23,4 milhões eram homens (58,1% do total) e 33,6 milhões não tinham nível superior (83,5% do total). Embora houvesse diferenças salariais significativas entre homens e mulheres – eles ganhavam 24,1% a mais –, a desigualdade era maior entre os trabalhadores com e sem nível superior: aqueles que concluíram faculdade recebiam um salário 225% maior.

Os homens eram maioria em 15 das 20 atividades econômicas. As microempresas tinham a maior proporção de mulheres (45,1%) e a menor de assalariados com nível superior (4,7%). As grandes empresas empregavam 57,7% dos assalariados com nível superior e um em cada cinco desses trabalhava na indústria de transformação.

Considerando apenas as entidades empresariais, o número de assalariados aumentou 4,6% na comparação de 2009 com o ano anterior, uma redução no ritmo de crescimento: o acréscimo havia sido de 9,1% em 2007 e de 6,5% em 2008.

As empresas e outras organizações formais ativas cadastradas no CEMPRE ocupavam 46,7 milhões de pessoas em 2009, sendo 40,2 milhões (86,1%) como pessoal ocupado assalariado e 6,5 milhões (13,9%) na condição de sócio ou proprietário. Os salários e outras remunerações pagos totalizaram R$ 781,9 bilhões. O salário médio mensal foi de R$ 1.540,59, equivalente a 3,3 salários mínimos (o valor médio do salário mínimo mensal era de R$ 461,15).

Na comparação com o ano de 2008, houve um incremento de 5,2% no total de empresas e outras organizações, de 4,6 para 4,8 milhões. O pessoal ocupado total cresceu 4,7%, de 44,6 para 46,7 milhões, e o contingente de assalariados também cresceu 4,7%, de 38,4 milhões para 40,2 milhões de pessoas. O salário médio mensal aumentou 4,7%, em termos reais, passando de R$ 1.471,07 para R$ 1.540,59.

Três atividades econômicas se destacaram no estudo, representando juntas 56,1% do pessoal ocupado total, 56,3% do pessoal ocupado assalariado e 57,9% dos salários e outras remunerações: administração pública, defesa e seguridade social, indústrias de transformação e comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas.

Regiões

Em nível regional, em 2009, em comparação com o ano anterior, a região Sudeste foi a que apresentou o maior incremento no pessoal assalariado, com 548,1 mil novos empregos nas unidades locais das empresas, do total de 1,2 milhão de novos empregos nas empresas no ano. A região Nordeste ficou na segunda colocação, com 341,4 mil novos empregos, e a região Sul, na terceira, com mais 186,1 mil pessoas assalariadas. As regiões Centro-Oeste e Norte apresentaram incrementos de 97,2 mil e 67,0 mil, respectivamente.

A redução na geração de novos empregos entre 2007 e 2009 não foi homogênea entre as regiões. Em todas elas, houve redução no saldo entre 2007 e 2008. Contudo, em 2009, a região Nordeste apresentou crescimento no saldo, enquanto as demais apresentam redução.