Credores italianos querem rejeitar plano argentino

Os credores italianos da dívida da Argentina foram convidados pela associação Task Force Argentina, que representa 370 mil credores italianos, a recusar a oferta de reestruturação feita pelo governo argentino e que deve iniciar na sexta-feira. "Iníqua, inadmissível e inaceitável" foi como classificou, ontem, a oferta, o presidente da associação, Nicola Stock. O objetivo da associação, criada em 2002 por bancos italianos, é forçar o governo argentino a modificar sua proposta e reduzir os prazos de reembolsos.

A Argentina suspendeu os pagamentos da dívida em dezembro de 2001. Na Itália, os credores representados pela Task Force Argentina e por outras associações passam de 400 mil, segundo a agência de notícias France Presse. Os detalhes da operação de troca de títulos devem ser apresentados pelo ministro argentino da Economia, Roberto Lavagna.

Segundo reportagem do jornal argentino Clarín, o que está sendo renegociado é apenas a dívida pública em "default" (moratória) em 2001 – o saldo da dívida mais juros acumulados, que chega a US$ 81,8 bilhões.

O valor disponibilizado para troca poderá variar entre US$ 38,5 bilhões (caso menos de 70% dos credores aceitem a oferta) e US$ 41,8 bilhões (se a aceitação for superior a 70%), além de um prêmio vinculado à evolução do PIB (Produto Interno Bruto) argentino.

Três serão os principais títulos a serem negociados: os bônus par, que serão pagos integralmente, sem desconto; os bônus ímpar, sobre os quais incidirá um desconto de 30,1%; e os bônus de desconto, que pagarão 43,7% do valor de face.

Terão prioridade os títulos que forem apresentados para troca até 4 de fevereiro, diz a reportagem do Clarín. A idéia é favorecer o pequeno investidor (detentores de bônus de até US$ 50 mil terão preferência na troca pelos melhores papéis).

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