Credores argentinos negociam

O governo argentino disse ontem que quase 62% dos credores locais da dívida argentina já aceitaram a proposta de reestruturação, que prevê a troca os títulos velhos – em moratória desde 2001 – por novos. A informação foi dada pelo presidente da Caixa de Valores da Argentina, Luis Corsiglia. A entidade é uma central de custódia e liquidação de títulos, responsável pela troca dos papéis da dívida pública no território argentino. "Posso lhes assegurar que os pedidos de troca no mercado local já estão em 62% do total que se pode trocar na Argentina", disse Corsiglia.

Cerca de 38,5% da dívida estimada em US$ 82 bilhões (R$ 223,3 bilhões) da Argentina está em mãos de credores locais.

Corsiglia afirmou que cerca de 2.500 solicitações de adesão ao programa de troca são feitas por dia – o que equivale a cerca de US$ 200 milhões. O prazo para adesão ao programa vai até o dia 25 de fevereiro.

Segundo o governo argentino, o processo já contava logo de saída com a adesão de bancos, fundos de pensão, seguradoras e grandes empresas que detêm títulos da dívida do país, que respondem por cerca de US$ 16 bilhões (R$ 43,5 bilhões) da dívida a ser renegociada.

O mercado acredita que a Argentina precisa conseguir o apoio de 75% de seus credores para que a renegociação da dívida seja um sucesso. Nesse caso, aqueles que não aceitarem os novos papéis provavelmente irão acionar o governo argentino em tribunais internacionais, mas dificilmente conseguirão indenizações superiores.

De acordo com a proposta argentina, os títulos que estão sendo renegociados deverão ser trocados por papéis com valor entre US$ 38,5 bilhões (caso menos de 70% dos credores aceitem a oferta) e US$ 41,8 bilhões (se a aceitação for superior a 70%), além de um prêmio vinculado à evolução do PIB (Produto Interno Bruto) argentino.

Representantes de investidores estrangeiros têm feito críticas veementes à proposta. No entanto, o presidente argentino, Néstor Kirchner, vem dizendo desde antes do lançamento do programa de reestruturação que as condições para o negócio não serão melhoradas.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo