O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, informou nesta quinta-feira (4) que nos 16 primeiros dias úteis de novembro houve um crescimento de 4,7% no total de crédito no sistema financeiro. Segundo ele, as operações com pessoa física registraram aumento de 10,9% no período e as com pessoas jurídicas cresceram 1,7%. “Isso significa que há uma recuperação gradual do crédito. Não chegamos no pico de setembro, mas já recuperamos o patamar de alguns meses anteriores”, disse Meirelles, que fez palestra no Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal.

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Gripe

Meirelles destacou que está provado que o Brasil está melhor preparado para enfrentar a crise e isso é resultado de medidas de prudência adotadas pelo governo. Meirelles lembrou que, no passado, ele e outras pessoas costumavam dizer que quando os EUA pegavam uma gripe, o Brasil contraía uma pneumonia ou até uma tuberculose. Hoje, ao contrário, disse Meirelles, os EUA estão com uma gripe muito forte ou até uma pneumonia e o Brasil está com uma gripe. Segundo ele, isso não significa que o Brasil não tenha problemas, mas a nossa situação é melhor hoje do que a de muitos países.

PIB

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Meirelles afirmou que, em função da crise, o Brasil terá uma desaceleração em 2009, mas classificou de “conservadora” a previsão do Fundo Monetário Internacional (FMI) de crescimento de 3% para o País em 2009. “O Brasil hoje tem condições de ter um desempenho na crise melhor do que a média mundial”, disse o presidente do BC, referindo-se à projeção de cerca de 2% de crescimento para o mundo em 2009 feita pelo FMI. “O Brasil continua forte para enfrentar a crise”, acrescentou.

Segundo o presidente do BC, essa melhor condição da economia brasileira deve ser vista como uma fonte de confiança para os agentes econômicos. “A crise é motivo de preocupação, está sendo levada a sério e o governo tomará medidas. Mas há razão para confiar. A crise aqui não tem a dimensão que tem no exterior”, afirmou. Meirelles também usou a analogia médica para dizer que é importante que as pessoas saibam o verdadeiro tamanho da doença para que evitem reações desnecessárias de pânico, que podem ter conseqüências mais graves para o País.

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Compulsório

Meirelles informou que o BC liberou até novembro R$ 94 bilhões em depósitos compulsórios. Segundo ele, essa medida está ajudando a normalizar gradativamente a liquidez na economia. Ele informou que, deste total, R$ 31,2 bilhões foram direcionados a bancos pequenos e médios e ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Câmbio

Meirelles informou ainda que a autoridade monetária colocou em mercado US$ 31,1 bilhões em contratos de swap cambial até novembro. “Isto permitiu enfrentar a crise com mais segurança”, afirmou. Segundo Meirelles, o BC já vendeu US$ 6,7 bilhões no mercado à vista de câmbio, além de fazer operações de venda de moeda com compromisso de recompra no valor de US$ 6,4 bilhões, operações de venda com garantia em bônus globais de US$ 1,5 bilhão e operações de empréstimos ao comércio exterior de US$ 3,8 bilhões.