Crédito para pessoa física deve cair no 2º semestre

A oferta de crédito para pessoa física deve desacelerar no segundo semestre, retornando aos níveis registrados nos últimos seis meses do ano passado. Divulgado hoje, o Indicador de Perspectiva do Crédito, calculado pela empresa de análise econômica Serasa Experian, registrou em janeiro queda de 0,9% ante dezembro, a quarta baixa mensal consecutiva.

O índice, que antecipa o panorama do crédito para os seis meses seguintes, recuou de 103,9 pontos em dezembro para 102,5 pontos em janeiro. A perspectiva de financiamento para pessoa jurídica também registrou queda. O índice caiu 0,5% ante dezembro, passando de 99,6 pontos para 98,3 pontos. Diante da perspectiva de queda, os economistas da Serasa Experian creem em uma contração gradual da oferta de crédito já no final do primeiro semestre.

Esse cenário, segundo os analistas da entidade, será mais acentuado para o crédito ao consumidor, dado que desde outubro de 2009 o indicador já registra queda acumulada de 2,4%. No mesmo intervalo, o financiamento oferecido para as empresas teve retração acumulada de 1%. “A desaceleração do crédito oferecido para a pessoa física ocorrerá de forma gradual, longe de significar algo semelhante às restrições observadas no final de 2008”, minimizou a entidade.

O recuo dos dois indicadores é atribuído pela Serasa Experian a medidas recentes do governo federal de retirada gradual de benefícios concedidos durante a crise, como a retomada da cobrança do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) nas compras de automóveis e eletrodomésticos da linha branca. A entidade credita ainda a tendência de baixa à provável elevação nos próximos meses da taxa básica de juros, a Selic, e ao aumento no volume de recolhimento dos depósitos compulsórios, medida anunciada na última quarta-feira pelo Banco Central (BC).

A pesquisa promovida pela Serasa Experian é feita mensalmente a partir de um universo de 325 variáveis econômicas e financeiras. O indicador considera 100 como ponto de equilíbrio da economia. Valores superiores a 100 e em trajetória de alta indicam economia em expansão; abaixo de 100 e em trajetória de queda sinalizam crise; valores abaixo de 100, mas em trajetória ascendente, apontam recuperação.

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