Os financiamentos para a compra e a construção de imóveis totalizaram R$ 117 bilhões em 2018, aumento de 15% em comparação com 2017, de acordo com dados divulgados pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). O desempenho ficou em linha com as expectativas da associação, que previa um crescimento na ordem de 15% a 17% para os desembolsos no ano.
Os empréstimos com recursos da poupança (SBPE) alcançaram R$ 57,4 bilhões em 2018, alta de 33%, enquanto o crédito com recursos do FGTS bateu em R$ 60 bilhões em 2018, crescimento de 2%.
No caso da linha com recursos da poupança, foi registrado aumento de 35% nos empréstimos para compra de imóveis usados e alta de 26% para unidades novas.
A pesquisa mostrou também que os desembolsos desta linha para financiar a construção de imóveis (crédito destinado a empresas) teve alta de 43% em 2018, e para compra de imóveis (pessoas físicas) teve expansão de 30%.
Inadimplência
A inadimplência da carteira de crédito imobiliário recuou de 1,5% em 2017 para 1,3% em 2018, de acordo com balanço publicado pela Abecip. A inadimplência baixa mesmo após a maior crise econômica da história nacional mostrou que o sistema financeiro imobiliário no País é resiliente, destacou o presidente da associação, Gilberto Duarte. “Com a inadimplência baixa, o apetite de bancos para empréstimos é ainda é maior”, enfatizou.
Taxa de financiamento
As taxas de juros do financiamento imobiliário tendem a permanecer estáveis ao longo do ano, com possibilidade de oscilações para cima ou para baixo de acordo com a evolução da economia brasileira, especialmente de acordo com o desfecho das reformas estruturais, como da previdência, disse Duarte.
O executivo explicou que as taxas praticadas no financiamento imobiliário levam em consideração principalmente as expectativas econômicas de longo prazo, pois os empréstimos tem duração de até 35 anos. “A taxa de juros do longo prazo pode cair se reformas forem aprovadas. Aí, a tendência de todos os setores, inclusive dos bancos, é de maior confiança nos financiamentos, e os juros podem cair”, comentou. Duarte ressaltou ainda que os juros do crédito imobiliário já estão em níveis baixos e semelhantes ao do período anterior à crise.
Em relação à demanda, o presidente da Abecip disse ter a expectativa de que a indústria da construção residencial vá reagir mais fortemente neste ano. “Assim como viu em 2018, o mercado deve crescer, com mais lançamentos, e maior demanda por crédito”, estimou. Já entre as pessoas físicas, também tem havido uma reação, porém gradual, de acordo com melhoria da economia e da redução do desemprego, disse.