A participação do crédito imobiliário no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve atingir 11% em 2014, de acordo com as projeções de Luiz Antonio de França, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). Isso é equivalente a um volume da ordem de R$ 500 bilhões, meta que o executivo considera importante e factível.
Com o mercado aquecido pela maior oferta de crédito e aumento da massa salarial, a expectativa é de que essa relação fique entre 4% e 4,2% do PIB em 2010, calcula França, ao lembrar que essa participação permaneceu estagnada entre 2,5% e 3% por muitos anos.
João Crestana, presidente do Sindicato da Habitação (Secovi-SP), considera que o mercado imobiliário vive um momento único e que será preciso muito diálogo para se estruturar um novo modelo de financiamento sustentável para dar vazão a esse crescimento. “É fato que o setor terá de buscar novas fontes de recursos, mas além de buscar alternativas de funding temos de pensar em um modelo sustentado.”
Para o presidente do Secovi a aproximação com os fundos de pensão, que tem R$ 700 bilhões em carteira, seria o casamento perfeito. “O problema é que no Brasil esses fundos não aplicam no setor porque não há uma cultura por aqui de incentivo a esse tipo de investimento. É preciso quebrar paradigmas, vencer resistências.”
Segundo Teotônio Costa Resende, consultor técnico da vice-presidência da Caixa Econômica Federal, entre as alternativas de funding a securitização seria apenas mais uma. “A Caixa não trabalha de forma alguma com um cenário que indique para uma desaceleração no ritmo de concessão de crédito. Não pensamos em colocar o pé no freio. Estamos testando a demanda do mercado em securitização para ajudar a desenvolvê-lo”, acrescentou.
França, Crestana e Resende participaram na manhã de hoje de debate sobre “Financiamento imobiliário – Alternativas para um mercado em expansão”, em São Paulo.