A Caixa Econômica Federal estima que o financiamento imobiliário vai superar R$ 50 bilhões este ano, ante os R$ 47,05 bilhões registrados em 2009. Segundo o vice-presidente de Governo da Caixa, Jorge Hereda, o orçamento inicial do banco é sempre “um pouco maior” que o valor financiado do ano anterior. Para 2009, o orçamento inicial era de R$ 27 bilhões, ante o total de crédito habitacional de R$ 23,3 bilhões de 2008. Foram concedidos R$ 47,05 bilhões no ano passado. O orçamento do crédito habitacional para 2010 será revisto a cada trimestre e poderá aumentar conforme a demanda.
Dos R$ 50 bilhões previstos inicialmente, R$ 20 bilhões terão recursos de poupança e R$ 30 bilhões do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR). A Caixa espera responder por 39% do total de recursos da poupança concedido pelo mercado este ano, ante 57% em 2009. Essa queda de participação será resultado do crescimento do mercado, segundo Hereda. Ele estima que a participação da Caixa no total do mercado também cairá ante os 71% de 2009.
Minha Casa, Minha Vida
A Caixa espera ter, dentro de seu sistema, o total de um milhão de unidades enquadradas nos moldes do programa “Minha Casa, Minha Vida” até maio. Segundo Jorge Hereda, nesta projeção estão incluídas as unidades contratadas e também as em análise até maio. A Caixa espera cumprir a meta do governo de contratações de um milhão de unidades até o final deste ano. “Nunca perdi uma aposta ao dizer o que vamos fazer”, afirmou Hereda.
Na avaliação de Hereda, a Caixa deverá receber cerca de 30% a mais de propostas do que o total de um milhão de unidades previsto no programa até junho. Hereda afirmou que a Caixa vai cumprir a meta de contratações para o “Minha Casa, Minha Vida” prevista pelo governo federal.
Questionado sobre o que será feito se, quando a meta de um milhão de unidades for alcançada, houver um excedente de propostas no sistema da Caixa, Hereda respondeu que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva “adoraria” dar continuidade ao programa. Segundo Hereda, em abril, quando a execução do “Minha Casa, Minha Vida” completará um ano, será feito balanço do programa.
No ano passado, o volume contratado chegou a 275.528 unidades, abaixo da meta interna do banco, de 400 mil unidades em 2009. Conforme o executivo da Caixa, se for mantida a média mensal de contratações de 60 mil unidades, será possível alcançar o objetivo de um milhão de unidades até o fim de 2010.
Hereda destacou que, apesar de o volume de contratações do programa em 2009 ter ficado abaixo da meta interna de 400 mil unidades, o número superou o total contratado anualmente de financiamento para imóveis novos nos últimos 20 anos. O executivo ressaltou que os prazos médios de contratação vêm caindo. Em 31 de dezembro, o prazo médio de contratação de imóveis para a faixa de até três salários mínimos de renda era de 57 dias ante 66 em 19 de outubro. Para a faixa de três a dez salários mínimos, a média era de 53 dias em 31 de dezembro e de 75 dias em 19 de outubro.
A Caixa pretende que as metas por segmento de renda em cada estado sejam cumpridas, conforme Hereda, apesar das dificuldades para executá-las em algumas faixas em determinadas regiões.