Crédito imobiliário cresceu 74% no primeiro trimestre do ano

O mercado imobiliário continua aquecido. Prova disso é que o crédito imobiliário, que utiliza recursos das cadernetas de poupança, aumentou 74,1% no primeiro trimestre de 2006, tomando como base o mesmo período do ano passado. De acordo com a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), neste período foi liberado R$ 1,574 bilhão, com financiamento de 20.289 unidades.

Tomando por base um período maior, de 12 meses, foram financiadas 69.054 unidades, contra 54.527 dos 12 meses anteriores. O volume de recursos aplicados evoluiu, nos mesmos períodos, de R$ 3,35 bilhões para R$ 5,46 bilhões, com aumento de 63% e de 26,6% no número de unidades financiadas.

Como justificativas deste crescimento, o superintendente-geral da Abecip, Carlos Eduardo Duarte Fleury, citou a melhora da economia brasileira e a maneira como o crédito imobiliário é encarado atualmente. Ele também destacou a ?guerra? travada entre as instituições financeiras para conquistar clientes. ?Há recurso em abundância e os bancos acabam cobrando menos?, explicou.

Segundo ele, no ano passado foram destinados R$ 4,8 bilhões em recursos para financiamento imobiliário. Para este ano, são estimados R$ 7 bilhões, sem levar em conta o crédito da Caixa Econômica Federal. Inserida esta instituição, o montante salta para R$ 9 bilhões. ?O crescimento será contínuo?, explicou Fleury. ?As pessoas precisam morar, sair do aluguel, ter uma casa própria. ?

Existem três tipos de serviços às pessoas que desejam obter um crédito imobiliário: o Sistema Financeiro da Habitação (SFH), o Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI) e a Carteira Hipotecária. Cada um leva em consideração o valor do imóvel, a renda do cliente e outras particularidades. Nos três, o limite de rolagem da dívida é de 30 anos e o de comprometimento mensal é de até 30% da renda familiar. Além dessas três formas, como alternativa, algumas seguradoras oferecem o Consórcio Imobiliário, que é uma opção para quem não tem pressa de conseguir o dinheiro.

O Sistema Financeiro da Habitação é o mais comum dentre as modalidades de crédito imobiliário. Financia até R$ 245 mil sobre imóveis com valor venal de até R$ 350 mil. Dentro deste limite, pode ser financiado até 100% do imóvel. Nesta linha, os juros são fixados em 12% ao ano mais a variação da Taxa Referencial (TR). Porém, fica a critério de cada banco escolher se irá cobrar menos pelo serviço.

As parcelas são corrigidas mensalmente pelos chamados sistemas de amortização. Os mais comuns são o Sistema de Amortização Constante (SAC) e a Tabela Price. A diferença entre um e outro é o método de cobrança. Com o tempo, a correção pelo SAC diminui e pela tabela Price fica praticamente estável.

Na Carteira Hipotecária, segundo estipula o Banco Central (BC), não há limite para juros, que são calculados de acordo com o mercado. Também não existe nenhuma restrição quanto ao valor do financiamento ou de avaliação do imóvel. Porém, se a pessoa quiser utilizar o recurso do FGTS para dar entrada, ela precisa respeitar o teto de R$ 245 mil do SFH. Neste caso, contudo, o fundo não pode ser utilizado como recurso para quitar prestações – este tipo de pagamento extraordinário fica a cargo das reservas da caderneta de poupança, que também pode ser utilizada como entrada.

No Sistema de Financiamento Imobiliário, a entrada pode ser dada tanto com recursos do FGTS quanto da caderneta de poupança. A diferença da carteira hipotecária fica a cargo de um detalhe: a pessoa também pode dar entrada com dinheiro ?sem carimbo?. Isso significa que ela pode pegar um empréstimo informal com um parente ou utilizar fundos de aplicações pessoais ou de outras fontes, sem haver necessidade de comprovar o caminho desse dinheiro. 

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