Os financiamentos imobiliários no País deverão chegar ao fim de 2014 com um crescimento pouco acima de 5,0% em relação a 2013, nas estimativas do presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), Octavio de Lazari Junior.
O resultado é menor do que o previsto inicialmente pela associação, que anunciou no começo de 2014 a expectativa de uma alta na faixa de 15% no acumulado ano. Por outro lado, o volume de financiamentos baterá o recorde de 2013, quando totalizaram R$ 109,2 bilhões.
Segundo Lazari, o crescimento abaixo do previsto neste ano resulta do baixo desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) do País, influenciado também pelo elevado grau de disputa na corrida eleitoral para a Presidência da República, que deixou empresários e consumidores inseguros em relação aos rumos da economia brasileira.
“Com todos os percalços, ainda será um ano bom, poderoso”, disse Lazari, em entrevista durante evento sobre perspectivas para o mercado imobiliário, realizado hoje. “O PIB baixo atrapalhou, principalmente para as empresas fazerem os seus investimentos”, disse. “E as eleições foram muito acirradas”, completou.
Entre janeiro e outubro, o volume de empréstimos no País chegou a R$ 93,2 bilhões, montante 5,1% superior ao registrado nos mesmos meses de 2013, segundo dados da Abecip. Os financiamentos destinados à aquisição de imóveis nesse período subiram 7,3%, enquanto os destinados à construção de imóveis caíram 0,3%.
Os números da Abecip consideram apenas os financiamentos bancários com recursos provenientes das cadernetas de poupança. Pelas regras do Banco Central, 65% do saldo do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) deve ser direcionado pelos bancos para o crédito imobiliário.
Para 2015, Lazari disse esperar aceleração do crescimento do crédito imobiliário, com um avanço maior do que os 5,0% de 2014. A previsão, no entanto, ainda é preliminar.
O presidente da Abecip disse esperar que o crédito destinado aos compradores de imóveis continue puxando a expansão do setor. “O volume de entrega de obras no ano que vem será um pouco menor, mas ainda muito significativo”, avaliou. O executivo disse esperar também uma recuperação dentre as empresas, com o lançamento de empreendimentos imobiliários adiados neste ano.