O Banco do Brasil lançou ontem uma linha de microcrédito para aposentados e pensionistas da Previdência que recebem benefícios de até dois salários mínimos no banco. O empréstimo, de R$ 100 a R$ 480, irá beneficiar cerca de 2 milhões pessoas, segundo informou o vice-presidente de Varejo do banco, Edson Monteiro. A taxa de juros para o financiamento será de 2% ao mês, com prazo de 6 a 12 meses para o pagamento.
Pelo programa BB Crédito Benefício, o crédito será automático, devendo os recursos serem gradualmente liberados de acordo com o número do benefício, com início pelos de final zero. Monteiro explicou, no entanto, que caso o beneficiário da Previdência procure o banco em busca do crédito, a liberação poderá ser antecipada.
O crédito para aposentados e pensionistas é a primeira etapa do programa de microcrédito do Banco do Brasil, que deverá contar com R$ 300 milhões para cumprir a determinação do governo de que 2% dos depósitos à vista sejam destinados ao microcrédito ou recolhidos ao Banco Central.
Para ter acesso ao crédito, o aposentado ou pensionista deverá abrir uma conta simplificada.
O próximo passo do Banco será a liberação de crédito para os pequenos poupadores do banco, o que está previsto para setembro. A expectativa é a de que sejam atendidos, neste caso, 500 mil pessoas que têm pequenos depósitos em poupança no banco.
A outra prioridade do Banco do Brasil na liberação de microcrédito será a economia informal, mas para isso, deverá ser constituído o Banco Popular do Brasil, a partir de novembro, com a pretensão de atender 1 milhão de pessoas no próximo ano.
FGTS pode garantir empréstimo
O governo poderá liberar a utilização de parte dos recursos do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) como garantia (lastro) em operações de crédito realizadas junto à Caixa Econômica Federal, administradora do fundo. A informação é do ministro da Previdência, Ricardo Berzoini.
Segundo o ministro, a idéia é que o trabalhador possa colocar parte (percentual ainda não definido) do saldo que possui no FGTS como garantia para obter empréstimo bancário a um custo mais baixo. A operação, no entanto, não significará um saque dos recursos do fundo. O ministro explicou que, caso o empréstimo não seja pago, o nome do trabalhador será incluído na lista de devedores.
A garantia com recursos depositados no FGTS diminuiria o risco da operação, permitindo uma queda nos juros, na avaliação do ministro. Mas ele disse que as condições dessas operações ainda não foram definidas.
No final de julho, o Conselho Monetário Nacional definiu que as instituições financeiras terão que destinar 2% dos depósitos à vista a operações de microcrédito, com exceção dos meses de agosto a setembro, quando o percentual mínimo será de 1%. A taxa de juros máxima para essas operações é de 2% ao mês.
