Os consumidores americanos reduziram o uso do cartão de crédito em quase 20% em novembro, apesar dos sinais de recuperação da economia. Segundo o Federal Reserve (Fed, banco central americano), o crédito ao consumidor caiu US$ 17,5 bilhões em novembro para US$ 2,465 trilhões, a maior queda desde o início dos registros em 1943. Os economistas entrevistados pela Dow Jones previam um declínio de US$ 6 bilhões. Este foi o 10º declínio seguido. Em outubro, o crédito ao consumidor encolheu US$ 4,2 bilhões.
As famílias norte-americanas começaram a reduzir sua dívida no verão de 2008. O impacto da crise financeira e o medo que ela gerou levou muitas pessoas a reavaliarem seus orçamentos. Embora a redução da dívida seja considerado bom do ponto de vista das finanças pessoais, o generalizado recuo do crédito entre as famílias americanas vem reduzindo os gastos, um mau presságio para a economia.
O gasto de consumo representa dois terços do Produto Interno Bruto (PIB) nos Estados Unidos. Os consumidores precisam aumentar seus gastos para que a economia dos EUA se recupere em 2010. Mas alguns bancos estão dificultando a concessão de empréstimos para as pessoas e o mercado de trabalho ainda não se recuperou. Nesta manhã, o Departamento do Trabalho anunciou um declínio acima do esperado no número de vagas em dezembro.
As vendas no varejo subiram forte em outubro e novembro. O relatório do Fed sugere que as pessoas estão usando suas economias para respaldar seus gastos. O crédito rotativo, ou o uso do cartão de crédito, caiu em US$ 13,7 bilhões para US$ 874 bilhões. Esse foi o 14º mês seguido de declínio no uso do cartão de crédito. A queda de 18,5% em novembro foi a maior desde dezembro de 1974. Em outubro, o uso do cartão de crédito caiu em 9,9% e, em setembro, recuou 10,5%.
O crédito não rotativo, que inclui os financiamento de automóveis e motorhome, caiu 2,9% em novembro, ou US$ 3,8 bilhões, para US$ 1,591 trilhão.
O relatório do crédito ao consumidor do Fed exclui os empréstimos hipotecários e outros financiamentos garantidos por imóveis. Os dados tendem a ser altamente voláteis entre um mês e outro e são frequentemente revisados, mas o relatório fornece importantes detalhes sobre a forma como o americano financia seu estilo de vida. As informações são da Dow Jones.