Crédito ao consumidor ainda não se recuperou

Apesar do aumento dos prazos, os financiamentos dos bancos para as compras parceladas no comércio varejista ainda não se recuperaram totalmente do tombo provocado pela crise financeira internacional após setembro do ano passado. Dados do Banco Central (BC) mostram que os brasileiros tomaram emprestado R$ 54 milhões em operações desse tipo por dia no mês de agosto. O valor é 16,9% menor que de igual mês de 2008.

O levantamento do BC mostra ainda que, entre as principais operações de crédito para o consumo das pessoas físicas, o financiamento de loja é o único que ainda não se recuperou e tem volumes de crédito menores que os de 12 meses atrás. Nesse mesmo período de comparação, o crédito pessoal, por exemplo, teve crescimento de 21,2% e o financiamento de veículos, de 37,9%.

Sem aumento real nas concessões de novos empréstimos, o BC não vê com preocupação a extensão dos prazos de venda. Documentos recentes da instituição – como o Relatório de Inflação e a ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) – não têm alertas sobre o tema. Pelo contrário, a instituição mantém avaliação de que esse instrumento de crédito foi importante para manter aquecida a demanda interna durante a crise global.

Um dos motivos que atrasam a concessão desse tipo de operação de crédito são as taxas de juros. Em agosto, os bancos cobravam, na média, 45,7% ao ano. Pelo levantamento mensal feito pelo BC, essa é a segunda linha de crédito mais cara para a pessoa física, atrás apenas do cheque especial, que cobrava 152,9%. Nessa pesquisa não há acompanhamento da taxa de juro do cartão de crédito, em geral superior à do cheque especial.