O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, disse nesta quinta-feira, 29, que o crédito no País continua crescendo a taxas superiores à expansão do PIB nominal. “O crédito continua um fator relevante de contribuição para o crescimento da atividade econômica, mas é natural que os porcentuais de aumento diminuam à medida que a base de comparação aumenta”, ponderou.

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Segundo ele, a maior educação financeira e conscientização dos tomadores de crédito nos últimos anos tem impacto relevante na moderação de modalidades de crédito de custo mais elevado, além de ajudar a estabilizar a inadimplência. “Além disso, o aumento da renda também possibilita o pagamento em dia dos compromissos dos tomadores”, acrescentou.

O economista citou ainda que, além dos bancos públicos, os bancos privados também têm atuado com maior apetite nos segmentos com maior expansão, como o crédito imobiliário e o crédito consignado. “São os dois segmentos que vêm puxando o crédito como um todo, e têm crescente participação dos privados, embora suas carteiras sejam menores que as dos bancos públicos. É uma mudança recente”, afirmou.

De acordo com Maciel, o crédito manteve-se em crescimento em abril tanto em recursos livres como nos direcionados. Mas o economista destacou que em 12 meses a taxa de crescimento recuou ligeiramente. “Olhando para um horizonte mais amplo, no entanto, o crédito segue em moderação. Esse movimento é importante em termos de sustentabilidade do crescimento do crédito”, ressaltou.

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Taxas de captação

O chefe do Departamento Econômico do BC afirmou também que é natural que haja antecipação aos ciclos de política monetária e isso afeta as taxas de captação dos bancos, mas ponderou que a mudança em abril – queda de 0,2% no mês – foi muito pequena e pode significar apenas uma mudança de composição da carteira. “É preciso mais tempo para verificar se isso vai se configurar uma tendência”, explicou.

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