Crédito a exportação no País é restrito se comparado a outros países, diz BNDES

O vice-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Wagner Bittencourt, defendeu nesta quarta-feira, 19, o financiamento às exportações de bens e serviços, incluindo empréstimos para obras de construtoras brasileiras no exterior. Bittencourt classificou o financiamento às exportações como “controlado” e “restrito”, na comparação com o tamanho do BNDES e com as ações de outros países exportadores.

“O BNDES é muito mais restrito do que os bancos de desenvolvimento de outros países, que financiam gastos locais. O BNDES não financia gastos locais”, afirmou Bittencourt, durante palestra no Encontro Nacional de Comércio Exterior (Enaex 2015), no Rio.

O vice-presidente do BNDES mostrou levantamento, com dados de 2013, que apontam que o total de recursos destinados ao financiamento às exportações na China foi de US$ 45,5 bilhões naquele ano. Nos EUA, ficou em US$ 18 bilhões; na Alemanha, em US$ 17 bilhões; e, na França, em US$ 13,7 bilhões. Os valores operados pelo Brasil foram de US$ 2,5 bilhões. Em todos os casos, o levantamento considerou recursos direcionados tanto para crédito quanto para garantias.

“O apoio à exportação do banco normalmente gira em 5% do desembolso do banco. É significativo, mas não é nada que impeça o banco de apoiar os outros setores”, destacou Bittencourt.

Ao defender os empréstimos para as construtoras brasileiras disputarem mercado em outros países, Bittencourt lembrou que as atividades de exportação não se limitam aos serviços de engenharia, mas permitem a toda a cadeia de fornecedores da obra exportar. Segundo dados do BNDES, os projetos de obras no exterior já apoiados pelo banco levaram 3,5 mil empresas a exportar como fornecedoras.

Mediador da palestra apresentada por Bittencourt, o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, criticou tentativas de restringir o financiamento às exportações, como um projeto de lei que tramita no Congresso. “Proibir o BNDES de apoiar a exportação é proibir o País de gerar empregos”, afirmou Castro.

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