São Paulo – Os prazos médios do crediário para compra de eletroeletrônicos, eletrodomésticos e móveis caíram em agosto para o menor nível desde janeiro de 1999, quando houve a mudança do regime cambial. O parcelamento para os financiamentos destinados à compra desses bens duráveis era, em média, de oito vezes, ante nove prestações mensais em julho, segundo pesquisa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac).
O encurtamento dos prazos foi acompanhado pelo aumento das taxas de juros cobradas do consumidor. O custo médio dos financiamentos, que engloba, além do crediário de lojas, empréstimo pessoal de financeiras, cartão de crédito e cheque especial, estava em 8,08% em julho e subiu para 8,14% no mês passado. A taxa média foi puxada principalmente pelo empréstimo pessoal de financeiras (12,15% ao mês) e pelo crédito direto ao consumidor (CDC) concedido pelos bancos (4,36% ao mês). Nos cartões de crédito e no comércio, os juros foram mantidos de julho para agosto, mostra o levantamento.
O vice-presidente da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira, observa que, desde maio deste ano, o crédito ao consumidor ficou mais caro e mais curto. “Os prazos de financiamentos dos bens duráveis, excluindo os veículos, foram reduzidos em um terço, de 12 para 8 vezes, e as taxas médias de juros aumentaram de 7,84% para 8,14% ao mês, no período.” Nesse mesmo intervalo, no entanto, a taxa básica de juros e a inadimplência caíram.
Na opinião de Oliveira, os juros estão subindo por causa da incerteza política. Ele acredita que, passadas as eleições, o quadro deverá mudar. Isso porque o consumidor tem adiado as compras e, reduzidas as incertezas, ele deverá voltar às lojas no último bimestre do ano. “O desempenho do Natal vai depender especialmente do crédito”, diz Oliveira.