O grupo CPFL pretende concorrer com grandes empresas, como a Light Esco e a Efficientia, da Cemig, no mercado de eficiência energética. Com a criação da CPFL Eficiência, o grupo almeja responder por 12% do mercado em um prazo de cinco anos. Embora trabalhe com esse número, a própria companhia assume que é difícil delimitar exatamente qual será a dimensão do segmento no futuro.

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A CPFL Eficiência, ao entrar em operação a partir deste ano, já incorporou um portfólio de projetos da antiga carteira da CPFL Serviços e um faturamento anual de aproximadamente R$ 25 milhões, oriundo basicamente de unidades de autogeração de energia. O número deve ser revisitado, uma vez que apenas neste início de ano outros três contratos foram assinados. Com isso, a carteira já ultrapassou a marca de 30 clientes e a capacidade instalada das usinas sob o comando da CPFL Eficiência varia de 90 MW para 110 MW.

Além da atividade de autogeração, a empresa recém-criada vai focar as atividades de engenharia consultiva, cogeração, retrofit de equipamentos, sistemas de energia solar e geração distribuída, entre outros. A CPFL Serviços priorizará a área de serviços de transmissão e distribuição.

O mercado alvo da CPFL Eficiência, de acordo com consultorias, pode movimentar mais de R$ 10 bilhões ao ano, embora os números ainda sejam interpretados como pouco conclusivos. A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) estima que, em 2023, a energia conservada será equivalente a 54.222 GWh, ou 6,5% do consumo total esperado para o País. A geração distribuída será responsável por atender 12% de todo o consumo nacional.

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“Esperamos atingir, em cinco anos, uma participação equivalente a 12% de energia economizada. É um número significativo considerando que é um mercado muito pulverizado”, afirma o diretor de Eficiência Energética da CPFL Eficiência, Luciano Ribeiro, em entrevista ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado. Além de empresas especializadas em iniciativas de eficiência energética, ligadas a grandes grupos, o mercado é disputado também por um expressivo número de empresas menores.

Uma das prioridades da CPFL Eficiência é contribuir para a fidelização de clientes e capturar sinergias com a operação da CPFL Brasil, empresa de comercialização de energia do grupo. Quando o cliente conclui um projeto de eficiência energética, há, comumente, um excedente de energia que poderia vir a ser comercializado pela CPFL Brasil.

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A meta do braço de comercialização do grupo CPFL é mais do que dobrar a atual participação no mercado livre de fontes incentivadas, de 300 MW médios para 700 MW médios dentro de cinco anos. Para isso, também ingressou neste ano na atividade de comercialização varejista, a partir da qual pretende atender, no mercado livre, consumidores de energia de menor porte do mercado regulado.

Expansão

A CPFL Eficiência vivenciou em seus primeiros dias de operação o potencial de crescimento do mercado de eficiência energética no Brasil, principalmente em um momento em que as indicações de preço da energia são de ascensão e o risco de haver um racionamento não está descartado.

Além dos novos contratos de autogeração, a companhia também firmou acordo para a elaboração de diagnóstico em uma indústria. Um segundo contrato está em negociação e pode ser formalizado em breve. Além disso, a empresa recebeu nas últimas semanas aproximadamente 20 consultas a respeito da aplicação de projetos de energia fotovoltaica em residências, revelou Ribeiro. “É um segmento que está crescendo bastante.”

O orçamento da CPFL Eficiência em 2015 ainda não está definido, mas a companhia já analisa a possibilidade de construir um Centro de Operação para a Autoprodução.

A companhia também está atenta à possibilidade de impulsionar o mercado de energia elétrica a partir de vapor saturado de baixa pressão, no qual o vapor utilizado pelas indústrias pode ser transformado em energia e água. O processo de cogeração se mostra uma alternativa interessante em um momento no qual o governo federal busca caminhos para estimular a geração distribuída, ou seja, a geração de unidades menores instaladas próximas ao centro de consumo.

O modelo de negócio no qual a própria CPFL elabora uma solução energética, adquire o equipamento, opera e o mantém, é uma alternativa. Em troca, formaliza um contrato de longo prazo, no qual estão incluídas as condições identificadas para a companhia para a realização do investimento. Após o término do contrato, a empresa parceira fica com o ativo. Outra opção oferecida a clientes é a assinatura de contratos de performance, nos quais o investimento é feito pelo grupo e os ganhos obtidos pelo parceiro são partilhados entre as empresas.

Iniciativas dessa natureza devem ajudar a CPFL a se diferenciar de empresas com atuação mais voltada à área de consultoria e modelagem de projetos. “Identificamos uma carência do mercado e a oportunidade de negócio. São poucas empresas de porte com saúde financeira (nesse mercado)”, afirma o diretor da CPFL Eficiência, já demonstrando qual deve ser a abordagem da empresa junto aos novos clientes.