CPFL elogia PPI e defende avanço em regulação e condição de leilão

O presidente da CPFL Energia, Wilson Ferreira Jr., elogiou a medida provisória 727, publicada na quinta-feira, 12, pelo presidente interino Michel Temer, que cria o Programa de Parcerias de Investimento (PPI), visando retirar “entraves burocráticos e excessos de interferência do Estado” nas concessões. O executivo acrescentou, porém, que esse governo deve avançar em questões regulatórias, particularmente em temas como prazo para as questões relacionadas ao meio ambiente, desapropriação, aperfeiçoamento das agências reguladoras e condições para os leilões.

“Eles entenderam que a atração de investimentos talvez seja o sinal mais importante de reversão das expectativas negativas da economia”, disse Ferreira Jr, que também é presidente do conselho da Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústria de Base (Abdib). “É caminho importante, estou bastante otimista com isso.”

De acordo com ele, o setor de infraestrutura poderia aumentar os investimentos “rapidamente”, passando do atual patamar de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) para 4%, mas salientou que isso teria que ser acompanhado de “gente tentando facilitar as coisas e não complicar”, o que permitiria a execução de obras mais baratas e com entrega em prazos menores, acarretando, ainda, na internalização mais rápida de recursos no País.

Para ele, o novo governo deve extrapolar melhorias já aplicadas no setor elétrico, que elevou os preços-teto nos leilões de geração e transmissão, garantindo, segundo Ferreira Jr., participantes, duelos e lotes vencidos. “Esse é o jeito correto de estabelecer preço”.

O executivo ponderou que a falta de competidores tradicionais no último leilão de transmissão se deu pelo imbróglio relacionado à indenização por ativos não amortizados, questão resolvida no último dia de Eduardo Braga à frente do Ministério de Minas e Energia. E avaliou que a tendência é de que investidores retornem às disputas.

“Com a melhora do ambiente regulatório, jurídico, político, a melhora do ambiente de negócios brasileiro, com essa nova perspectiva que o governo dá, certamente seremos capazes de atrair investidores que estão indo para outros lugares do mundo”, disse.

Apesar de ter elogiado o avanço do setor elétrico, o executivo defendeu a necessidade de evolução da regulação e dos processos de leilão, para uma avaliação mais adequada da qualificação dos proponentes e maior rapidez na análise dos atrasos das obras. “É necessário que haja maior rapidez para tomar decisão de cancelamento”, defendeu.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo