Coutinho defende ampliação da poupança doméstica

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, disse nesta terça-feira (05) que é chegado o momento de pensar em como aumentar a poupança doméstica. De acordo com ele, não é saudável depender excessivamente da poupança externa (recursos poupados no exterior e emprestados ao País ou nele investidos). Em todos os países ricos, o desenvolvimento ocorreu com poupança doméstica forte. Para Coutinho, devem ser dados estímulos institucionais para a formação de poupança, como para as previdências tanto do funcionalismo público quanto dos trabalhadores do setor privado. Coutinho externou sua preocupação com a baixa taxa da poupança brasileira e a necessidade de aumentá-la em seminário sobre grau de investimento realizado no Banco Central, no Rio.

Em conversa com a Agência Estado, ele defendeu que os estímulos da poupança, de forma institucional ou por incentivos tributários, constituem uma “maneira mais inteligente de reduzir o consumo do que subir os juros”. Ele esclareceu, porém, que estava dando uma opinião pessoal e que não estava tratando de um assunto corrente no governo neste momento. Coutinho lembrou também que em diversas situações, antes mesmo de ocupar o cargo de presidente do BNDES, defendeu a reforma da Previdência.

Durante o seminário Coutinho afirmou também que o volume de crédito no Brasil, em torno de 34% do Produto Interno Bruto (PIB), ainda é baixa em relação a outros países. “Ainda tem muito para expandir. É questão só de moderar o ritmo”, afirmou. “A expansão do crédito ao consumo talvez esteja em ritmo acelerado demais. Tenho impressão que a desaceleração é desejável neste caso.” Ele disse ainda que o setor bancário brasileiro e o setor empresarial são saudáveis e lucrativos e acrescentou que o Brasil pode ajudar a expandir a oferta agrícola nacional, influindo na oferta global. Segundo Coutinho, isso pode levar a resultados positivos para o mundo tanto em relação aos preços dos alimentos quanto como uma contribuição ao crescimento da economia.