O corte de 0,50 ponto porcentual na taxa básica de juros (Selic) decidido ontem pelo Comitê de Política Monetária (Copom) contribuirá para manter a confiança do empresário do comércio em alta em um horizonte de médio prazo, na análise do economista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), João Felipe Araújo. Ele fez o comentário ao destacar que o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC), calculado pela instituição, atingiu em agosto o maior nível em quatro meses.
No entanto, Araújo destacou que, entre os fatores que têm puxado para cima o otimismo do setor varejista este ano, a proximidade do Natal deve ser preponderante para manter em patamar elevado a confiança do comerciante até o final de 2011. Ele lembrou que há uma defasagem entre a decisão do corte da Selic pelo Copom e seu efeito prático na economia real. “Acho que o comércio vai começar a sentir este ajuste nos juros no começo do ano que vem”, afirmou.
Para o especialista, a âncora da sustentabilidade da confiança do empresário do comércio continua a ser o mercado de trabalho. Araújo lembrou que a projeção da CNC para as vendas do comércio varejista em 2011 é de alta de 6%, abaixo da taxa de elevação apurada no ano passado (11%) mas ainda acima das projeções de Produto Interno Bruto (PIB) para 2011, que oscilam entre 4% e 4,5%. “O comerciante está vendendo porque as pessoas estão empregadas, com renda em alta. Enquanto estas condições continuarem, eles (os empresários do setor do comércio) vão continuar confiantes”, avaliou.