A redução da meta de superávit primário anunciada na quarta-feira, 22, pelo governo veio mais forte e mais cedo do que o esperado, mas não sinaliza um enfraquecimento político do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, avalia a consultoria política Eurasia, com sede em Washington, que considerou uma “surpresa” a nova meta de 0,15% do Produto Interno Bruto (PIB).

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Na avaliação dos economistas da Eurasia que acompanham o Brasil, Christopher Garman, João Augusto de Castro Neves e Cameron Combs, a atividade econômica muito enfraquecida, que compromete a arrecadação do governo, já sinalizava que a meta de 1,1% do PIB muito dificilmente seria alcançada. Para piorar, alguns dos projetos necessários para o alcance do número foram barrados no Congresso.

A Eurasia previa que a meta cairia para algo entre 0,5% e 0,7% do PIB este ano. Mesmo assim, ressaltam os economistas, era um valor difícil de ser alcançado, em meio a uma recessão econômica e a um Congresso hostil. Para 2016, a expectativa era que a meta fosse reduzida para algo entre 1% e 1,5%, valor que acabou sendo anunciado em 0,7% em entrevista coletiva da equipe econômica na tarde de ontem.

“Enquanto a magnitude da redução e o momento do anúncio foram uma surpresa, a decisão em si não foi”, disseram os analistas da Eurasia, afirmando que não viam chances de o governo alcançar o 1,1% este ano. Apesar da redução, a avaliação da Eurasia é de que Levy não sai enfraquecido deste episódio, pois segue tendo apoio da presidente Dilma. A avaliação da consultoria norte-americana para o cenário brasileiro de curto prazo é “negativa”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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