Para 78% dos brasileiros, a taxa cobrada pela instituição financeira é o principal item ou, ao menos, um item importante na hora de escolher um gestor de recursos, segundo pesquisa da BlackRock, maior gestora de fundos de investimento do mundo. Isso pode mesmo fazer toda a diferença na hora de escolher entre um banco ou uma corretora. Mas é preciso estar atento a outros detalhes antes de bater o martelo.
Segundo o especialista em finanças Rafael Seabra, a principal vantagem das corretoras é o custo mais baixo. No caso do Tesouro Direto, ele destaca a diferença nas taxas de administração: “A maioria das corretoras cobra entre zero e 0,3%, enquanto os maiores bancos de varejo pedem de 0,4% a 0,5%”, diz. A diferença pode parecer pequena, mas reduz a rentabilidade líquida da aplicação, diz ele.
Seabra lembra que o principal temor do investidor é perder o dinheiro se a corretora quebrar, mas ele explica que a instituição é um agente de custódia, ou seja, um intermediário entre o cliente e o emissor. No Tesouro Direto, a partir do momento que o título é comprado, o dinheiro está sob responsabilidade do Tesouro Nacional.
Se a corretora quebrar, o investidor terá apenas de transferir a custódia daquele título para outra instituição, sem custos. “O importante é não deixar o dinheiro parado na conta da corretora”, alerta.
O educador financeiro da Novi, Vinicius Biermann Azambuja, destaca a importância de buscar informação. “Há um desconhecimento tremendo e isso causa temor”, afirma.
Em outros produtos de renda fixa, como Certificados de Depósito Bancário (CDB) ou Letras de Crédito Imobiliário (LCI), investimentos de até R$ 250 mil estão protegidos pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC).
Segundo Azambuja, além dos custos e riscos, o investidor deve prestar atenção à diversidade de produtos que a instituição financeira oferece ao cliente. “Enquanto o banco só oferece os produtos dele, a corretora tem um leque de opções de vários bancos dentro de uma mesma estrutura. Dessa forma, o cliente consegue fazer comparações e escolher com mais facilidade”, diz. Além disso, por causa da diversidade, o investimento mínimo tende a ser menor.
Perfil
O investidor deve se certificar de que a instituição escolhida está ciente do seu perfil de risco e dos seus objetivos para evitar futuros arrependimentos. Como os bancos têm um conhecimento detalhado do histórico financeiro de seus clientes, podem oferecer produtos mais adequados a cada perfil.
Além do relacionamento com o gerente, o diretor de investimentos do Bradesco, Marcos Daré, destaca a importância de fazer a Análise de Perfil do Investidor, conhecido por API. “Antes de o cliente fazer qualquer aplicação, é importante fazer o API. Dessa forma, o gerente do banco tem condições de saber se o cliente é conservador, se tem alguma tolerância ao risco e qual é o horizonte dele, no sentido de prazos”, diz. O documento pode ser preenchido pela internet ou na agência bancária. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.