Com estrutura de dar inveja a empresas de marketing, corretoras de investimentos que já produziam conteúdo para redes sociais e plataformas de vídeo agora também atendem clientes via WhatsApp com boletins do mercado financeiro, assessoria de investimentos e alertas de vencimentos de títulos. “A gente tem que procurar o cliente onde ele está. E a maioria das pessoas está hoje no WhatsApp”, diz Cristiane Belotti, superintendente de marketing da Órama Investimentos.

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A assessoria de investimentos é o serviço mais prestado pelo aplicativo de mensagens entre as empresas do ramo. “É superágil. Tanto para demandas de clientes quanto para enviar notícias, alteração de cadastro. As pessoas respondem melhor que em outros meios de comunicação”, conta Bianca Moura, gestora da Terra Investimentos. As corretoras enviam em massa boletins com os acontecimentos mais importantes do dia e análises, além de informativos institucionais, mas a conversa com o assessor pode acontecer na mesma plataforma, para ajudar na tomada de decisões e escolhas de produtos financeiros de maneira individualizada.

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Para corretoras que já contam com estrutura de produção de conteúdo, caso da Necton, o WhatsApp funciona como um complemento de comunicação, justamente pela agilidade que proporciona. “No caso de algum vencimento importante, mandamos para o cliente o vídeo explicativo ou o texto pelo app de mensagens”, diz Rafael Giovani, diretor da corretora. Em outros casos, a empresa prefere usar redes como o Youtube.

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Outras corretoras já se preparam para aderir à ferramenta, como a MyCap, do Rio de Janeiro. “A ideia é que no próximo semestre o WhatsApp seja uma das nossas principais plataformas de atendimento”, conta Alexandro Nishimura, gestor da corretora, que montou um estúdio na empresa para produzir conteúdos para o Youtube e para o APP.

Ainda há, no entanto, quem prefira outras maneiras de conversar com o investidor. A Easynvest, por exemplo, acredita que o atendimento aos clientes é mais organizado por meio do chat em sua plataforma própria.

A corretora ainda levanta a preocupação com a segurança. “Se o cliente tem o celular roubado, alguém pode continuar a conversa no app no lugar do investidor e causar danos ao patrimônio dele. Na nossa plataforma, é preciso entrar com login e senha. WhatsApp, por enquanto, a gente só estuda”, conta Paiva. A Easynveste também não faz indicações de investimentos em nenhuma das plataformas em que divulga conteúdo.

Interesses

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que acompanha e analisa informações e movimentações envolvendo participantes do mercado de capitais no País, informou em nota que a comunicação que envolve indicação de investimentos deve adotar princípios como “lealdade ao cliente, tratamento de conflitos de interesse, full disclosure (divulgação da informação completa), linguagem serena e moderada e equilíbrio entre pontos, tais como riscos e benefícios, independentemente da mídia utilizada pela corretora”.

O professor William Eid, coordenador do Centro de Estudos de Finanças da FGV, recomenda cautela nesse contato. “O investidor tem que saber que, em última análise, está tratando com um vendedor. É preciso avaliar os interesses envolvidos”, explica.

Para Eid, as ferramentas digitais podem ajudar a criar uma cultura de poupança e investimentos. E recomenda a busca de informação em plataformas independentes a respeito dos produtos apresentados pelas corretoras. “O assessor pode ajudar a decidir entre uma opção ou outra, contanto que você saiba o que significa cada uma delas.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.