Correção: trabalhadores protestam contra atraso salarial

A nota enviada anteriormente trazia uma incorreção no título. O nome correto do estaleiro é Eisa (Estaleiro Ilha S/A), e não Iesa. O texto não sofreu alterações.

Um grupo com cerca de 200 pessoas realiza na tarde desta quarta-feira, 16, uma manifestação na Av. Rio Branco, no Centro do Rio, contra os atrasos no pagamento de salários e benefícios dos trabalhadores do Estaleiro Ilha S/A (Eisa). Localizado na Ilha do Governador, na zona norte da capital, o estaleiro possui a maior carteira de encomendas do País mas enfrenta uma grave crise financeira, com atrasos a pagamentos de fornecedores e trabalhadores.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Alex Santos, o grupo está há 40 dias sem receber os vencimentos. A previsão da empresa é que o pagamento seja feito até o final do mês, no dia 28. Em reunião realizada nesta manhã, representantes da empresa reafirmaram o compromisso, mas os trabalhadores estão receosos. Segundo o sindicato, esta é a terceira data estipulada pela empresa para o pagamento, após sucessivos adiamentos.

“Essa situação acontece por conta de uma série de falhas administrativas, erros de execução dos projetos e inadimplência de armadores. Como um estaleiro com mais de 27 encomendas não tem caixa para pagar aos trabalhadores?”, questiona o presidente do sindicato. A estimativa do sindicato é que as dívidas trabalhistas já ultrapassem o valor de R$ 15 milhões para os cerca de 3 mil metalúrgicos.

Em nota, o Eisa informou que o atraso na folha de pagamento é de apenas nove dias. A alegação é que o atraso “deve-se à dificuldade momentânea de fluxo caixa do estaleiro, por conta principalmente da inadimplência de alguns armadores responsáveis por parte das encomendas”. A empresa reforçou que os trabalhadores estão em “licença remunerada” e que realizará o pagamento até o dia 28.

A avaliação é que a situação do estaleiro se agravou após a rescisão de contratos com a PDVSA, a estatal de petróleo da Venezuela. A companhia encomendou 10 embarcações para o estaleiro, em 2007, como parte do esforço do governo Lula para estimular a indústria naval brasileira. Após a finalização do primeiro navio, em 2009, a Venezuela cancelou os pagamentos gerando débitos estimados pelo estaleiro de R$ 100 milhões.

No comunicado, o estaleiro garante que “não é sua intenção encerrar as atividades, pois tem uma carteira de encomendas robusta, com bons clientes e a direção está trabalhando junto a investidores para obter os recursos necessários e retomar suas operações nas próximas semanas”. Uma das clientes, a companhia Log.In informou que manterá suas quatro embarcações contratadas no local, apesar da crise.

No comunicado, o estaleiro garante que “não é sua intenção encerrar as atividades, pois tem uma carteira de encomendas robusta, com bons clientes e a direção está trabalhando junto a investidores para obter os recursos necessários e retomar suas operações nas próximas semanas”. Uma das clientes, a companhia Log.In informou que manterá suas quatro embarcações contratadas no local, apesar da crise.

A informação foi comemorada pelos trabalhadores durante a mobilização desta tarde. Segundo o sindicato dos trabalhadores, emissários da empresa confirmaram que buscam novos investidores para assumir o estaleiro. O Eisa integra o portfólio de negócios do Grupo Sinergy, do empresário German Efromovich, controlador da empresa área Avianca.

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