A nota enviada anteriormente estava com o título incorreto e o texto sem edição correta. Segue o texto devidamente editado.

continua após a publicidade

A ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), divulgada na manhã desta terça-feira, dia 1º, indicou que a projeção para o IPCA de 2017 no cenário de mercado está em 3,6%. Já a projeção para 2018 é de 4,3%.

continua após a publicidade

Estes são os mesmos valores citados no comunicado que acompanhou a decisão do colegiado, na semana passada. Na ata anterior, de junho, a projeção para 2017 era de 4,0% e para 2018 de 4,6%.

continua após a publicidade

As projeções do cenário de mercado levam em conta taxas de juros e câmbio variáveis, apuradas pela pesquisa Focus do BC. Nos últimos meses, a instituição tem dado maior ênfase justamente às projeções do cenário de mercado. Na visão do BC, o cenário de referência, que utiliza juros e câmbio fixos, teria perdido relevância porque o ciclo atual é de queda de juros. Na ata divulgada nesta terça, assim como nas anteriores, o BC não informou as projeções no cenário de referência.

No caso do cenário de mercado, as projeções indicam que o BC caminha para o cumprimento da meta de inflação projetada para este e o próximo ano. O centro da meta para cada um dos anos é de 4,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual (inflação entre 3,0% e 6,0%).

No Relatório de Mercado Focus publicado nesta segunda-feira, dia 31, as instituições financeiras projetaram inflação de 3,40% em 2017 e de 4,20% em 2018.

Na semana passada, ao reduzir a Selic em 1 ponto porcentual, de 10,25% para 9,25% ao ano, o BC indicou que “a manutenção das condições econômicas, até este momento, a despeito do aumento de incerteza quanto ao ritmo de implementação de reformas e ajustes na economia, permitiu a manutenção do ritmo de flexibilização”.

A instituição afirmou ainda que, para o encontro de setembro, a manutenção do ritmo “dependerá da permanência das condições descritas no cenário básico do Copom e das estimativas da extensão do ciclo”.

Reformas

O Banco Central fez uma forte defesa das reformas estruturais na ata. Apesar de reconhecer aumento das incertezas sobre essa agenda, os membros do colegiado defendem que essa mudança melhorará as condições fiscais e do mercado de crédito. “São fundamentais para a sustentabilidade da desinflação, para o funcionamento pleno da política monetária e para a redução da taxa de juros estrutural da economia”, cita o documento.

Assim como no comunicado da reunião realizada na semana passada, os diretores do BC reconhecem que houve aumento da incerteza relacionada à agenda de reformas. Em meio a esse cenário, o documento diz que “todos os membros do Comitê voltaram a enfatizar que a aprovação e implementação das reformas”. O documento cita “notadamente as de natureza fiscal e creditícia”.

Na agenda de reformas do governo, a reforma da Previdência gerará forte impacto no resultado fiscal com melhoria da trajetória das contas públicas no longo prazo. Já a recente mudança da Taxa de Longo Prazo (TLP) – em substituição à Taxa de Juro de Longo Prazo (TJLP) – é considerada uma importante mudança no mercado de crédito pela equipe econômica. Apesar da menção ao impacto fiscal e do mercado de crédito, a reforma da Previdência e a TLP não são nominalmente mencionadas pela ata.

Além dessas reformas mais profundas, o documento também defende no parágrafo 27 a importância de outras reformas e cita como exemplo a recente aprovação da reforma trabalhista. O trecho também menciona a importância dos investimentos em infraestrutura que geram aumento de produtividade, ganhos de eficiência, maior flexibilidade da economia e melhoria do ambiente de negócios. “Esses esforços são fundamentais para a estabilização e a retomada da atividade econômica e da trajetória de desenvolvimento da economia brasileira”, menciona o documento.