A nota enviada anteriormente possui incorreções. O movimento do câmbio no primeiro semestre deste ano permitiu que o déficit nominal (R$ 197,087 bilhões) fosse menor no período, e não o déficit primário, como constou. Segue a nota com as devidas correções:
O chefe adjunto do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Fernando Rocha, afirmou nesta sexta-feira, 29, que o impacto da posição do Banco Central em swaps na conta de juros será menor no segundo semestre, excluindo o efeito da variação cambial.
A posição em swaps do BC favoreceu um recuo substancial dos juros pagos pelo governo, de R$ 225,870 bilhões nos primeiros seis meses de 2015 para R$ 173,312 bilhões no primeiro semestre deste ano, conforme os dados fiscais divulgados hoje pelo Banco Central.
Este efeito ocorreu porque, na primeira metade 2016, o dólar se desvalorizou cerca de 18% em relação ao real. E toda vez que a moeda americana perde valor, o Banco Central registra ganhos em sua posição com swaps cambiais. Este movimento nos primeiros seis meses do ano – em especial em junho, quando a desvalorização do dólar foi de 10,7%, reduzindo o pagamento de juros de R$ 42,498 bilhões em maio para R$ 22,113 bilhões – também permitiu que o déficit nominal fosse menor, de R$ 197,087 bilhões de janeiro a junho. Sem este efeito cambial, o rombo seria maior.
Para o segundo semestre, a diferença é que o efeito sobre o resultado fiscal tende a ser menor justamente porque a posição do Banco Central em swaps vem diminuindo. No fim do ano passado, ela era superior a US$ 100 bilhões e, agora, está em torno da metade disso.
Rocha lembrou que o câmbio é flutuante e que “não dá para dizer como ele estará no segundo semestre”. Na prática, não é possível saber se a posição do BC em swaps terá um impacto favorável sobre o pagamento de juros, como no início do ano, ou desfavorável.
No entanto, como a instituição vem reduzindo sistematicamente sua posição em swaps, por meio de leilões de swap cambial reverso, “excluindo o efeito câmbio, uma posição do BC menor em swaps terá impacto menor na conta de juro no segundo semestre”, confirmou Rocha.