economia

GM admite ser uma das montadoras que têm excedido o flex com Argentina

O presidente da GM para a região do Mercosul, Carlos Zarlenga, admitiu nesta terça-feira, 20, que a montadora é uma das empresas que têm excedido o flex do acordo entre Brasil e Argentina para o comércio de veículos e autopeças.

O flex é um trecho do acordo que diz que, para cada US$ 1 que a Argentina exporta em veículos e autopeças para o mercado brasileiro, o Brasil pode exportar até US$ 1,5 para lá livre de impostos. Como o montante exportado pelo Brasil tem ficado acima dessa proporção, o governo argentino tem cobrado garantias das montadoras responsáveis pelo excesso. A garantia é uma antecipação do imposto que será pago depois do fim do acordo, que vai até 2020.

A GM, embora tenha admitido que é uma das responsáveis pelo excesso, procurou minimizar a questão, alegando que os volumes da empresa estão apenas “um pouco acima” do permitido. Tanto é que o valor cobrado pela Argentina é de apenas US$ 25 mil. “Isso equivale ao valor de apenas um carro, de um total de 120 mil automóveis que vendemos na Argentina no ano passado”, afirmou.

Zarlenga também disse que o planejamento da GM prevê o reequilíbrio dos volumes de exportação e importação até o fim do acordo e que o excesso verificado hoje já estava planejado. “Estamos quase perto de voltar ao equilíbrio de US$ 1,5”, disse o executivo, que afirmou que o retorno ao nível permitido vai depender da velocidade de recuperação do mercado brasileiro.

Com o crescimento da venda de veículos no Brasil, aumenta a demanda por carros produzidos na Argentina, o que ajuda a equilibrar a balança comercial dos dois países para o setor. O desequilíbrio atual é resultado de uma baixa demanda no Brasil por carros argentinos, enquanto a demanda na Argentina por carros brasileiros tem crescido.

A garantia cobrada pela Argentina só vale para as montadoras que produzem nos dois países. Até então, a Fiat havia sido a única a admitir o excesso. Outras quatro disseram que estão equilibradas: Ford, Honda, Toyota e Scania. As demais não deram uma resposta.

As declarações do executivo foram dadas durante evento da montadora em sua fábrica em São Caetano do Sul. O evento celebrou a expansão do complexo industrial, depois de investimento de R$ 1,2 bilhão. O aporte vai permitir que, em alguns anos, a capacidade de produção anual da fábrica salte de 250 mil veículos para 330 mil. Hoje, a fábrica tem operado em ritmo capaz de produzir 190 mil veículos por ano.

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