Na nota enviada anteriormente, havia uma incorreção. A Autoridade Europeia de Valores Mobiliários e Mercados (Esma) informou que as autoridades reguladoras locais de vários países vão proibir a venda de ações a descoberto a partir desta sexta-feira – quando um participante do mercado vende a descoberto um ativo financeiro sem antes ter tomado emprestado esse ativo ou sem ter garantias de que poderá realizar tal empréstimo. E não a venda e compra imediatas de ações, como informado anteriormente. Segue a versão corrigida:

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A União Europeia (UE) anunciou ontem que as autoridades reguladoras locais de vários países vão proibir a venda de ações a descoberto a partir desta sexta-feira – quando um participante do mercado vende a descoberto um ativo financeiro sem antes ter tomado emprestado esse ativo ou sem ter garantias de que poderá realizar tal empréstimo, num esforço para limitar a especulação depois de a crise nos bancos europeus ter se aprofundado e o custo dos empréstimos interbancários ter chegado aos níveis do auge da crise do Lehman Brothers. Os bancos aceleraram a corrida por resgates de emergência do Banco Central Europeu (BCE) para garantir liquidez.

A Autoridade Europeia de Valores Mobiliários e Mercados (Esma) – órgão que coordena as políticas de mercado da UE – informou que Espanha, Itália, Bélgica e França adotarão a medida a partir de hoje. “A decisão foi tomada pelas autoridades locais ou para restringir os benefícios que podem ser obtidos com a disseminação de boatos ou para nivelar as condições regulatórias, tendo em vista as relações entre alguns mercados da região”, diz o comunicado da Esma.

Grécia e Turquia baniram esta semana esse tipo de operação, mas o Reino Unido se opõe à ideia. A proibição foi usada nos dias que se seguiram à quebra do Lehman Brothers.

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Reguladores da UE suspeitam que as fortes oscilações nos últimos dias estejam ligadas a ações de especuladores e não apenas às incertezas da crise. Ontem, as ações subiram e caíram muito, numa volatilidade parecida com a dos dias após os ataques de 11 de setembro de 2001. Os mercados fecharam em alta.

Dados positivos do emprego nos EUA e uma reunião entre Alemanha e França surgiam como a explicação. Mas investidores em Zurique indicaram à reportagem que a alta só ocorreu quando os governos europeus se reuniram para tentar criar limites para a especulação.

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O problema vai além de especulação na bolsa. O custo dos empréstimos entre os bancos atingiu um novo recorde ontem, gerando dúvidas se o sistema financeiro não estaria às vésperas de uma nova quebra. “A sensação é muito parecida aos dias antes da quebra do Lehman Brothers, quando ficou claro que um banco não confiava nos demais”, afirmou o estrategista do Commerzbank, Christoph Rieger.

A Libor, taxa de juros cobrada entre bancos, atingiu a maior alta em quatro meses e bancos americanos admitiram que estão limitando as operações com alguns bancos europeus. Bancos da Ásia também estariam reavaliando suas posições.

Os bancos mais atingidos foram os franceses. O Société Générale teve o custo para garantir seus empréstimos atingindo 325 pontos, alguns pontos abaixo do recorde de quarta-feira. BNP Paribas e Credit Agricole estão na mesma situação.

Nos últimos quatro dias, o BCE injetou 6 bilhões nos bancos europeus. A explicação dos especialistas é a grande exposição dos bancos aos títulos de países endividados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.