Para 84% dos contribuintes do Imposto de Renda, o refresco tributário proporcionado pela correção de 10% na tabela do IR não passará de R$ 0,90. Esse é o universo de 13,3 milhões declarantes do Leão que recebem menos de R$ 2,5 mil mensais e que já estavam isentos ou vinham obtendo um abatimento de R$ 15 no desconto em fonte desde agosto.
Na prática, a negociação conduzida pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) com o Ministério da Fazenda só deverá surtir algum efeito perceptível no contracheque da classe média alta. Entre os contribuintes do IR, são cerca de 2,6 milhões de pessoas ou 16,3% do total que se encontram nesse grupo.
Os maiores salários já estavam recebendo um redutor de R$ 27,50 desde agosto e, em janeiro, passarão a ter uma redução de R$ 42,40 na comparação com o imposto que estavam pagando até julho. Ou seja, a diferença entre o desconto de dezembro e janeiro será de R$ 14,90.
Em termos proporcionais, o refresco é maior justamente para quem ganha exatamente R$ 2,6 mil. Hoje – com a sistemática que vigora desde agosto -ele está pagando R$ 188,54 de imposto, ou 7,3% de sua renda. Em janeiro, depois da correção de 10% na tabela, esse contribuinte passará a descontar no contracheque R$ 174,01, ou 6,7% de sua renda. O alívio tributário, portanto, corresponde a 0,6% da renda de quem ganha R$ 2,6 mil. Já para quem ganha R$ 5 mil mensais, o refresco de R$ 14,90 representa apenas 0,3% da renda.