Autoridades financeiras da Coreia do Sul anunciaram hoje medidas para aliviar os impactos adversos de movimentações intensas no fluxo de capital estrangeiro no país. As novidades incluem a limitação de posições em contratos futuros no exterior, tanto para os bancos locais quanto para as instituições estrangeiras que operam no território sul-coreano. As medidas, que devem ser implementadas em julho, confirmaram as expectativas do mercado.

continua após a publicidade

Nas últimas semanas, as autoridades vinham se mantendo caladas sobre o assunto, diante da possibilidade de as mudanças provocarem turbulências no mercado financeiro local. Hoje, o vice-ministro de Finanças e Estratégia, Yim Jong-yong, informou que as autoridades conduziram “testes de estresse” junto aos bancos locais e estrangeiros antes da implementação das medidas. “Nós descobrimos que a razão fundamental para a crise financeira no passado foi a excessiva volatilidade nos fluxos de e para o país”, observou o Ministério das Finanças, em comunicado assinado em conjunto com o banco central do país, a Comissão de Serviços Financeiros e o Serviço de Supervisão Financeira.

De acordo com o documento, os fluxos acelerados de capital levaram à instabilidade financeira e, consequentemente, a um esfriamento da economia real do país. As autoridades afirmaram que a redução dos excessivos empréstimos de curto prazo tomados no exterior pelos bancos e do uso de empréstimos denominados em moeda estrangeira são pontos importantes para evitar a repetição do problema.

Segundo o documento, as novas medidas vão atenuar os fluxos “nas duas direções” e produzir um ambiente mais favorável aos investimentos. As novas regras representam os esforços mais recentes de Seul para tentar conter a volatilidade, que causa dor de cabeça aos exportadores e cria instabilidade para o setor financeiro. O won sul-coreano é considerado uma moeda que oscila mais do que as outras. Normalmente, ela é usada pelos bancos que desejam assumir posições mais arriscadas em relação às economias da Ásia.

continua após a publicidade

Limites

Pelas medidas, os bancos locais deverão limitar suas posições com derivativos futuros, incluindo swaps cambiais (contratos de troca de moedas) e contratos a termo em que não existe a entrega física da moeda na liquidação. O limite a essas posições será de 50% do capital que os bancos ostentarem no fim do mês anterior.

continua após a publicidade

Bancos estrangeiros que operam no país, cujas posições em contratos futuros eram de 301% no fim de abril, deverão diminuir essas posições para 250% do capital. As autoridades vão ajustar o limite máximo permitido para as operações a cada trimestre.

A regra atual prevê que bancos locais e estrangeiros podem combinar suas posições líquidas nos mercados cambiais à vista e futuro em até 50% do capital. Consequentemente, os bancos podem assumir posições grandes nos mercados futuros, desde que compensem essa exposição no mercado à vista. As informações são da Dow Jones.