Rio (AE) – A Agência Nacional do Petróleo (ANP) estuda a possibilidade de aplicar uma espécie de corante no álcool anidro para combater a adulteração nos combustíveis. A medida, segundo a técnica da ANP, Maria Cristina Soares Guimarães, ainda precisa passar por uma série de estudos que avaliem a real eficácia dessa adição.
Segundo ela, dois pontos que são contrários à adoção dessa medida são o transporte e a exportação do álcool. ?Existem especificações técnicas que impedem a adição de qualquer produto ao álcool anidro porque em alguns casos o mesmo duto que faz o seu transporte também faz do álcool hidratado. No caso das exportações, isso também terá que ser estudado porque os compradores podem não se interessar por receber um produto fora do padrão pré-estabelecido?, disse.
Maria Cristina questionou também se essa medida realmente iria atender ao combate da adulteração. ?Boa parte do setor gostaria que isso acontecesse, mas será que não seria mais interessante se o próprio consumidor exigisse um teste de qualidade na bomba de combustível instalada no posto??, perguntou, ao participar do seminário ?Análise e Projeção de Distribuição e Comercialização de Combustíveis, promovido pelo IBC. Ela disse ainda que a ANP pretende ter acesso aos dados das usinas de açúcar e álcool dentro dos próximos dois anos.
Os dados fariam parte do Sistema de Informação de Movimentação de Produtos (Simp), desenvolvido pela ANP e que já agrega dados de produtores e distribuidoras de gasolina e óleo diesel. Segundo ela, há uma dificuldade da ANP de ter acesso aos dados referentes ao álcool por conta de ?uma falha na regulamentação? que não especifica o combustível entre os produtos a serem regulados pela agência.
?Desde que a ANP se tornou hábil a também regular o biodiesel, no meu entender, já estamos aptos também a cuidar do álcool, mas isso é uma questão ainda por ser desenvolvida junto com os usineiros?, disse ela.
Maria Cristina completou dizendo que o Simp está ?um pouco atrasado? por conta do contingenciamento de verbas, que cortou cerca de 60% do orçamento previsto para esse banco de dados.