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Meirelles, do BC: melhoras.

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A redução nas expectativas de inflação não foi suficiente para o Banco Central sinalizar claramente uma queda breve nos juros na ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que manteve a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 19,75% ao ano.

?O comitê avaliou que a perspectiva de manutenção da taxa de juros básica por um período suficientemente longo de tempo no nível estabelecido em sua reunião de maio seria capaz de proporcionar condições adequadas para assegurar a convergência da inflação para a trajetória de metas?, diz o documento divulgado ontem.

Na semana passada, o Copom manteve os juros pelo segundo mês seguido, após nove elevações consecutivas. No mercado, já há praticamente um consenso sobre a queda dos juros em agosto.

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O Copom, no entanto, não é tão taxativo e afirma apenas que o ciclo de aumentos da taxa de juros, que durou de setembro do ano passado a maio deste ano, ainda tem impacto nas projeções de inflação realizadas pelo BC e pelo setor privado.

Antes da reunião, a expectativa do mercado para o IPCA (índice que serve de base para as metas de inflação) deste ano estava em 5,67%. No último levantamento do BC, já estava em 5,55%. A autoridade monetária tem como objetivo uma inflação de 5,1% para este ano.

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?As expectativas de inflação de 2005 dão sinais de estarem sendo sensibilizadas de forma perceptível por desenvolvimentos favoráveis que contribuem para arrefecer as pressões inflacionárias, tais como a reavaliação das expectativas de mercado para a trajetória da taxa de câmbio e a postura mais restritiva de política monetária.?

De acordo com o Copom, o cenário atual é mais ?benigno? para a inflação e as metas do núcleo do IPCA começam a se ?aproximar de patamares compatíveis com a trajetória de metas?.

?Esses desenvolvimentos sugerem que a postura monetária adotada, além de conter as pressões inflacionárias de curto prazo, está contribuindo de forma importante para a consolidação de um ambiente macroeconômico favorável em horizontes mais longos.?

Para o comitê, a atual expansão da atividade econômica não deverá provocar pressões sobre a inflação.

?A atividade econômica deverá continuar em expansão, mas em ritmo condizente com as condições de oferta, de modo a não resultar em pressões significativas sobre a inflação. Além disso, o Copom avalia que houve uma melhora do cenário externo, não obstante a permanência de níveis elevados para os preços internacionais do petróleo. Dessa forma, vai-se configurando, de maneira mais definida, um cenário benigno para a evolução da inflação?, diz o documento.

Comércio exterior

O Copom avalia que haverá uma redução nas taxas de crescimento do comércio exterior brasileiro, tanto nas exportações como nas importações.

?A despeito de exportações e importações terem-se expandido a taxas elevadas no primeiro semestre, na margem observa-se arrefecimento das taxas de crescimento?, diz a ata.

O superávit comercial do primeiro semestre do ano é de US$ 19,671 bilhões. Esse saldo é a diferença entre as exportações, que somaram US$ 53,678 bilhões, e as importações, que entre janeiro e junho foram de US$ 34,007 bilhões. Tanto as exportações quanto as importações cresceram a taxas elevadas nos primeiros seis meses do ano, 23,9% e 20,21%, respectivamente.

Sobre crise política, em nenhum momento o Copom trata do assunto na ata ou faz projeções sobre possíveis impactos na economia.