Copom segue a cartilha e mantém juros em 16%

O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decidiu manter a taxa de juros Selic em 16% ao ano. Essa taxa está em vigor desde abril deste ano e deverá prevalecer até, pelo menos, o dia 21 de julho, quando o Copom volta a se reunir.

A decisão foi unânime entre os membros do Copom e já era esperada pela maioria dos analistas do mercado financeiro, que vêem na alta dos índices inflacionários o principal motivo para a manutenção da taxa. Além disso, muitos economistas apontavam os últimos dados de crescimento da economia e retomada da atividade econômica como fatores para a manutenção da taxa de juros.

Essa é a primeira reunião do Copom desde que o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou os dados do PIB (Produto Interno Bruto) relativos ao primeiro trimestre deste ano.

Depois que os dados do IBGE revelaram um crescimento de 1,6% do PIB no primeiro trimestre deste ano em relação ao trimestre anterior, a pressão sobre o Banco Central para a redução da taxa de juros caiu.

As razões dessa decisão do Copom serão conhecidas na próxima semana, quando o BC divulgará a ata da reunião.

Conservador

O presidente do Sistema Fiep, Rodrigo da Rocha Loures, disse ontem que o Copom se mostrou, mais uma vez, conservador, ao manter a taxa básica de juros em 16% ao ano. “Juros altos são irmãos siameses da elevação de tributos e de cortes nos investimentos. Juntos, penalizam a economia e comprometem a competitividade da indústria”, avalia.

Para Rocha Loures, com a taxa elevada de juros e o cenário macroeconômico adverso, o empresário precisa formar alianças, melhorar a visão estratégica e fortalecer sua própria organização. “Temos que agir, não podemos ficar contando com mudanças na política monetária, que é restritiva”, disse.

O presidente da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), Miguel de Oliveira, criticou a decisão do Copom. Para Oliveira, a decisão foi “infeliz, equivocada e questionável”.

“A decisão de manter a taxa de juros básica inalterada frustou o setor produtivo, o comércio e os consumidores que esperavam um pequeno alento como forma de reverter o quadro negativo em que se encontra nossa economia”, disse o presidente da Anefac.

Segundo ele, o Copom deveria ter considerado em sua decisão os sinais de que a “atividade econômica está patinando” para promover um corte de juro em vez de adotar uma postura conservadora.

Para Oliveira, a decisão do Copom produzirá um efeito psicológico para os consumidores de que dias difíceis virão pela frente, com menor crescimento econômico.

O que é Selic

Selic é a sigla para Sistema Especial de Liquidação e Custódia, criado em 1979 pelo Banco Central e pela Andima (Associação Nacional das Instituições do Mercado Aberto) com o objetivo de tornar mais transparente e segura a negociação de títulos públicos.

O Selic é um sistema eletrônico que permite a atualização diária das posições das instituições financeiras, assegurando maior controle sobre as reservas bancárias.

Hoje, Selic identifica também a taxa de juros que reflete a média de remuneração dos títulos federais negociados com os bancos.

A Selic é considerada a taxa básica porque é usada em operações entre bancos e, por isso, tem influência sobre os juros de toda a economia.

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