Copom reduz Selic agora para 18% ao ano

O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central manteve o conservadorismo e reduziu a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, para 18% ao ano, apesar do desempenho negativo da economia brasileira no terceiro trimestre deste ano.

Essa é a quarta redução consecutiva da taxa básica. Alguns analistas e setores da economia, entretanto, esperavam um corte mais agressivo, de pelo menos 0,75 ponto percentual na taxa, por conta da queda de 1,2% no PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro verificada de julho a setembro deste ano em relação aos três meses anteriores e da desaceleração dos índices de inflação.

O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) foi de 0,55% em novembro, ante 0,75% no mês anterior. Essa trajetória tem deixado as expectativas de mercado próximas da meta.

Na última pesquisa feita pelo BC com analistas, a previsão era de um IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de 5,68% neste ano. O governo trabalha com uma meta de 5,1%. Antes da reunião do mês passado, a expectativa era de uma inflação de 5,53% neste ano.

O IPCA é o indicador usado pelo governo para as metas de inflação, que neste ano é de 4,5%, com uma margem de tolerância de 2,5 pontos percentuais para cima ou para baixo. Embora a meta seja de 4,5%, o BC anunciou em setembro do ano passado que iria perseguir uma inflação de 5,1%. Para o ano que vem, a meta é de 4,5%, com margem de dois pontos percentuais.

Além da trajetória de inflação sob controle, outro fator que contribui para a redução dos juros é o fato de a indústria ter registrado queda em setembro e estabilidade no mês seguinte, embora acumule crescimento no acumulado do ano.

Em outubro, a produção industrial subiu 0,1% frente ao mês anterior, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Esse resultado não foi suficiente para compensar a queda de 2,3% em setembro. No acumulado do ano, a expansão é de 3,4%.

O nível de utilização da capacidade instalada também está em um patamar menor. Segundo a CNI (Confederação Nacional da Indústria), o índice que mede a utilização da capacidade instalada foi de 81,1% (dado dessazonalizado) em outubro. Abaixo do registrado no mesmo mês de 2004 (83,9%). Esse indicador mostra que a indústria tem capacidade de aumentar a produção no curto prazo sem causar inflação.

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