Copom não descarta nova alta da Selic

O Copom (Comitê de Política Monetária, do Banco Central) pode voltar a elevar a taxa básica de juros da economia brasileira (Selic) em junho apesar de enxergar uma desaceleração no ritmo de crescimento da economia. Caso eleve mesmo os juros, seria o décimo mês seguido de alta. Em maio, o BC aumentou a taxa de 19,5% para 19,75% ao ano.

Na ata dessa reunião de maio, divulgada ontem, o Copom releva que a opção pela elevação em 0,25 ponto percentual foi unânime entre os diretores do banco e que novos aumentos podem estar por vir. ?O Copom decidiu, por unanimidade, aumentar a meta para a taxa Selic para 19,75% a.a. (o ano), sem viés, e acompanhar atentamente a evolução do cenário prospectivo para a inflação até a sua próxima reunião, para então definir os próximos passos na estratégia de política monetária implementada desde setembro de 2004?, diz a ata.

No documento, o BC considera até mesmo acelerar o ritmo de aumento dos juros. ?É necessário que a Autoridade Monetária [o BC, no caso] esteja pronta a adequar às circunstâncias o ritmo e a magnitude do processo de ajuste da taxa de juros básica, caso venham a exacerbar-se os fatores de risco acompanhados pelo Comitê.? O banco admite que, apesar de sua postura com os juros, a economia brasileira já vem desacelerando, o que, em tese, contribui para o controle da inflação e reduz a pressão sobre os juros. ?A atividade econômica continua em expansão, mas a um ritmo menor e mais condizente com as condições de oferta, não obstante o aumento recente na utilização da capacidade instalada na indústria, de modo a não resultar em pressões significativas sobre a inflação.?

Outros fatores positivos seriam a ?melhora do cenário externo? e a ?diminuição da defasagem do preço doméstico da gasolina em relação ao preço internacional? Entretanto, afirma o Copom, outros fatores ?aumentaram os riscos a que está submetido o processo de convergência da inflação para a trajetória de metas? – a meta deste ano é de 5,1%, com intervalo de tolerância que alcança até 7%. ?Esses riscos estão associados à persistência de focos de pressão na inflação corrente, que contaminaram a inflação de abril, fizeram com que se deteriorassem as expectativas para 2005 e provocaram a permanência dos núcleos em níveis elevados.? Por esses motivos, mesmo após índices de preços no atacado, como o IGP-DI e o IGP-M, terem apontado deflação em maio, o Copom deixou aberta a possibilidade para um novo aumento de juros na reunião de junho, que acontece nos dias 14 e 15.

Telefones

O BC elevou sua previsão para o reajuste das tarifas de telefonia fixa neste ano. Na ata ontem, os técnicos prevêm alta de 8,6%. Até o mês passado, a previsão era de 7,9%. Por outro lado, foram mantidas as previsões de reajuste neste ano para a gasolina (zero), gás de botijão (zero), energia elétrica (10,8%),

Na ata, a autoridade monetária também avalia que com a recente queda do preço do petróleo no mercado internacional diminuiu a defasagem dos preços do combustível cobrados pela Petrobras.

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