A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) dá ênfase sobre a contribuição do setor externo para o comportamento da inflação. "O setor externo, que vem atuando de forma importante para ampliar a oferta agregada, continua tendo influência predominantemente benigna sobre as perspectivas para a inflação", diz a ata divulgada hoje. Na avaliação da diretoria do BC, essa contribuição "poderá ser maior do que a inicialmente contemplada, especialmente pela disciplina exercida sobre os preços de bens transacionáveis e por meio da ampliação dos investimentos em ambiente de demanda aquecida".
O documento pondera ainda que esse efeito das importações estaria equilibrando a oferta e a demanda. "Tal contribuição estaria ampliando o escopo para que as taxas de crescimento da demanda agregada e da oferta doméstica voltem a se equilibrar em um prazo relevante para as decisões de política monetária, sem comprometer a convergência para a trajetória das metas de inflação", diz o documento que a partir daí justifica o voto dos cinco membros do Copom pelo corte de meio ponto na Selic, para o nível de 12% ao ano, que entenderam "que o balanço de riscos para a evolução da trajetória futura da inflação" justificaria tal corte.
O documento menciona ainda que o crescimento das importações tem contribuído "de forma fundamental" para o processo de controle de preços. No documento da reunião anterior, o BC informava que as importações estavam contribuindo de forma "relevante".
