O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central confirmou a expectativa do mercado e manteve inalterada a taxa Selic em 21%. Não foi adotado nenhum tipo de viés, instrumento que autoriza elevar ou reduzir os juros fora das reuniões ordinárias do Copom. A decisão, tomada por unanimidade na reunião de hoje (23), era esperada pela maioria dos economistas.
O comunicado divulgado pelo Copom foi mais lacônico do que o usual e praticamente não fez comentários. ?O Copom decidiu, após avaliar o quadro econômico, manter a taxa Selic em 21% ao ano, fixada na reunião extraordinária no dia 14, sem viés?, afirma a nota. A próxima reunião do Copom ocorre nos dias 19 e 20 de novembro. A ata da reunião de hoje será divulgada na quarta-feira da semana que vem.
Segundo o ex-diretor do Banco Central para Assuntos Internacionais, José Roberto Novaes de Almeida, a decisão era esperada porque não houve nenhuma novidade desde a reunião extraordinária do dia 14, quando a taxa foi aumentada de 18% para 21%. O economista acredita que o BC vai manter os juros neste nível até que o novo governo defina a equipe de transição.
Já a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) mantém a posição crítica em relação à política de juros altos. Para o presidente da Fiesp, Horácio Lafer Piva, os juros altos representam pesado ônus para a atividade produtiva e têm eficácia questionável para conter a piora das expectativas de inflação e para debelar a atual crise de credibilidade.