O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decidiu, na reunião que terminou ontem, manter a taxa básica de juros em 26,5% ao ano. É a segunda vez consecutiva desde março passado que os juros ficam inalterados no País.
A manutenção da taxa, no entanto, veio acompanhada da decisão de retirar o viés de alta, que havia sido adotado no mês passado, o que permitiria ao presidente do BC elevar os juros sem que houvesse necessidade de uma reunião do Copom. Ou seja, os juros não devem ser alterados até a próxima reunião do Copom, que acontece nos dias 20 e 21 de maio.
A decisão já era esperada pela maioria dos analistas do mercado financeiro, que não acreditava mais na queda da taxa em razão da alta do IPC (Índice de Preços ao Consumidor) na segunda quadrissemana de abril.
As razões exatas para a manutenção da taxa serão conhecidas na próxima semana, quando o BC divulgará a ata da reunião. Em razão do feriado de primeiro de maio, a ata da reunião será divulgada na sexta-feira (2), às 8h30, e não na quinta-feira.
“Estratégia nefasta”
O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, divulgou nota ontem, logo após tomar conhecimento da manutenção dos juros pelo Copom, que a decisão foi “uma iniciativa que dá seguimento a uma nefasta estratégia econômica que, na prática, sufoca a economia”. Ele afirmou que os membros da equipe econômica do governo federal são “insensíveis tecnocratas por adotarem medidas que contêm o crescimento econômico”.
“A conseqüência danosa dessa medida antisocial evidencia-se na recessão, escassez de crédito, redução do consumo e aumento – dos já insuportáveis – índices de desemprego”, complementa a nota.
