Na ata divulgada nesta terça-feira, 17, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) julgou que a decisão de cortar em 0,75% ponto porcentual a Selic, para 13,00% ao ano na quarta-feira, 11, era compatível com a sua comunicação. O colegiado alegou que a sua comunicação sempre destaca as condicionalidades econômicas sobre a evolução da política monetária, o que melhor transmitiria a racionalidade econômica que guia as suas decisões.
O documento argumenta ainda que a evolução dos cenários de projeção para a inflação e as evidências sobre a evolução da atividade econômica permitiram uma redução da taxa de juros maior que a debatida na última reunião do colegiado, em novembro.
“O caráter condicional de sua comunicação sobre a condução da política monetária permite aos agentes econômicos ajustar suas expectativas com base em tais evidências”, enfatizou o Copom, em um claro recado à parte do mercado que criticou a comunicação da autoridade monetária, acusando-a de não dar sinais claros de que poderia haver um corte dessa magnitude.
As condições para fazer um corte maior na Selic já na reunião da semana passada, continua o documento, estavam presentes diante do processo de desinflação mais disseminada e atividade econômica aquém do esperado, em ambiente com expectativas de inflação ancoradas.
“Essa decisão contribuiria desde já para o processo de estabilização e posterior retomada da atividade econômica, sem que isso exigisse desvio em relação ao objetivo de levar a inflação para a meta de 4,5% em 2017 e 2018”, completa a ata.
Sinalização
Na ata, o Copom detalha a razões que levaram os membros do colegiado a cogitar reduzir a Selic de 13,75% ao ano para 13,25% a.a, ao invés da decisão finalmente tomada de um corte maior, para 13,00% a.a.
De acordo com o documento, o Copom avaliou realizar um corte de 0,50 ponto porcentual e sinalizar uma intensificação adicional do ritmo de flexibilização na reunião do Copom seguinte, caso as condições permitissem.
Para o diretores do BC, a favor dessa opção pesava o benefício de acumular mais evidências de consolidação do cenário básico do Copom, além de uma maior suavização da trajetória do instrumento de política monetária, o que no longo prazo aumentaria a sua previsibilidade.
Ainda assim, o colegiado avaliou que haveria condição para o corte de 0,75 p.p. já nesta reunião, em função do processo de desinflação mais disseminada e atividade econômica aquém do esperado.