Começou às 9h45 desta terça-feira, 11, a reunião de Análise de Mercado do Comitê de Política Monetária (Copom). Na tarde desta terça, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, e os diretores da instituição ainda participam do encontro de Análise de Conjuntura, também no âmbito do Copom.

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Na quarta, eles têm mais uma rodada de discussões antes de decidirem o novo patamar da Selic (a taxa básica de juros), atualmente em 6,50% ao ano.

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Esta é a segunda reunião do Copom depois da eleição presidencial e a última de 2018. Após a vitória de Jair Bolsonaro, iniciou-se o processo de transição no Banco Central. O atual presidente, Ilan Goldfajn, não permanecerá à frente da instituição no governo Bolsonaro. Goldfajn tende a ficar no cargo apenas até fevereiro do próximo ano, quando deve ocorrer a aprovação, pelo Senado, do nome de Roberto Campos Neto para o comando da autarquia.

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Já o diretor de Política Econômica, Carlos Viana de Carvalho, permanecerá no cargo, o que foi interpretado pelo mercado financeiro como um sinal de continuidade nas ações do BC para além deste ano.

Para a reunião desta semana do Copom, de um total de 35 instituições consultadas pelo Projeções Broadcast, todas esperam pela manutenção da Selic em 6,50% ao ano – o menor patamar desde que a taxa foi criada, em 1996. Se confirmada, esta será a sexta manutenção consecutiva da Selic.

Para 2019, já sob o governo Bolsonaro, os economistas demonstram menos certeza quanto ao rumo da política monetária. As estimativas para a Selic coletadas nas 35 casas variam entre 6,50% e 9,00% ao ano. Uma das dúvidas é se Bolsonaro conseguirá avançar na agenda de reformas, especialmente em relação à Previdência.

No encontro anterior, em 30 de outubro, o Copom manteve a Selic no patamar de 6,50% ao ano. Na decisão, o colegiado indicou que os próximos passos da política monetária continuarão dependendo da atividade, das projeções de inflação e do balanço de risco.

Ao abordar seu cenário básico, o BC citou três riscos para a inflação brasileira. De um lado, a ociosidade da economia, que pode provocar baixa de preços. De outro, a possibilidade de as reformas não caminharem e o cenário externo mais desfavorável aos países emergentes, o que pode impulsionar a inflação.

Em documentos anteriores, o BC vinha alertando que os riscos ligados às reformas e ao exterior eram maiores que aquele ligado à atividade econômica. Ou seja, o risco de os preços subirem era superior ao de eles caírem ou continuarem baixos. A instituição afirmou, porém, que essa “assimetria” diminuiu.

Desde o encontro de outubro do Copom, os índices de atividade seguiram indicando um cenário de recuperação gradual para a economia. O mais recente deles – o Produto Interno Bruto (PIB), divulgado em 30 de novembro pelo IBGE – mostrou crescimento de 0,8% da economia no terceiro trimestre de 2018, ante o segundo trimestre do ano. Na comparação com o terceiro trimestre de 2017, houve alta de 1,3%.

Já a inflação seguiu acomodada. Na semana passada, o IBGE informou que o IPCA – o índice oficial de preços – registrou deflação de 0,21% em novembro. No ano, a taxa acumulada indica inflação de apenas 3,59% e, em 12 meses, de 4,05%.