Foto: Arquivo/Agência Brasil |
Ministro Guido Mantega: Copom será ?sensível?. |
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anuncia hoje no final da tarde a nova taxa básica de juros (Selic), que está em 15,75% ao ano. A expectativa geral dos especialistas do mercado financeiro é de que o colegiado do BC reduza a taxa em pelo menos 0,50 ponto percentual, de acordo com a pesquisa semanal que o BC divulgou segunda-feira no Boletim Focus.
A reunião começou ontem, com a participação de todos os diretores do BC. Eles vão ouvir análises técnicas dos chefes de departamento e do gerente de Relacionamento com Investidores. Essas exposições que versam sobre controle da inflação, política monetária, setor externo, macroeconomia, política fiscal e demais aspectos que possam influir no processo de abrandamento da taxa de juros.
A definição mesmo sobre a ?calibragem? dos juros só será anunciada no início da noite de hoje, quando termina a segunda parte da reunião, da qual participam só os nove dirigentes do BC (com direito a voto) e o chefe do Departamento de Política Econômica (sem voto).
Até o ano passado, as reuniões do Copom eram mensais, mas o BC resolveu espaçá-las, a partir deste ano, para intervalos médios de 45 dias. Então, em vez de 12 encontros do colegiado, neste ano serão realizados apenas oito.
Os analistas financeiros ouvidos pelo BC mantêm a expectativa de quedas gradativas da taxa básica de juros, de modo a chegar ao final do ano entre 14% e 14,25%.
Sensibilidade
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou acreditar na sensibilidade do BC para deliberar sobre os juros, ao comentar a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) – que termina hoje – que definirá a Selic. ?Eu confio no Banco Central e acho que eles têm sensibilidade para avaliar a situação, avaliar o andamento da inflação no País e decidir por uma redução adequada da taxa de juros?, disse.
Mantega reagiu com naturalidade à decisão do Banco Central de realizar leilões de compra de dólares na manhã de ontem, o que reduziu a valorização da moeda americana. Antes do leilão de swap, o dólar subia 2,4%, percentual que caiu para em torno de 1,5% depois da compra.
?Eu acho que tanto o Banco Central quanto o Tesouro Nacional estão atuando corretamente nessas turbulências. Atuaram muito bem na semana passada, tanto que estamos no caminho para uma situação de calma?, disse.
O ministro afirmou ainda que não estava comemorando a elevação da moeda americana na semana passada, quando disse que foi uma pena que o dólar estava caindo com a diminuição da crise. Segundo ele, foi uma brincadeira que não foi entendida.