Copom deve citar volatilidade na ata

Nova York – O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deverá reafirmar na ata, com divulgação prevista para amanhã, que o juro continuará a ser flexibilizado em cortes de 25 pontos-base, estimam os analistas em Nova York. O tom do documento deverá ser praticamente o mesmo da ata anterior. Mas, nesta divulgação, o Copom deverá acrescentar referência quanto à volatilidade recente que atingiu os mercados no globo, acrescentam.

Os analistas em Wall Street, antes mesmo da reunião do Copom, já ponderavam que não haveria forma de ignorar o tremor visto nos mercados globais recentemente, ainda que seja consensual a avaliação de que o acréscimo de referências em relação à volatilidade externa, que é esperado nesta ata, não irá alterar a condução da política monetária no curto prazo.

?A ata irá discutir o aumento da volatilidade do mercado financeiro externo e, provavelmente, irá evitar dar esperança de aumento do tamanho dos cortes para 50 pontos-base no futuro previsível?, observa Paulo Leme, diretor da Goldman Sachs para pesquisa dos mercados emergentes. O analista pondera que o Copom deve reiterar que, ?embora a perspectiva para inflação seja encorajadora, o BC deve dar continuação aos cortes em um ritmo cauteloso, ou cortes de 25 pontos-base por encontro, em virtude das incertezas sobre o processo de transmissão da política monetária e pressões da demanda doméstica?.

Emy Shayo, diretora-gerente da equipe de pesquisa global do Bear Stearns, pondera que, ?se a taxa de inflação e as expectativas continuarem a ter bom comportamento – e melhorarem, o que é possível – haveria espaço para que o Banco Central acelerasse o ritmo dos cortes?. No entanto, ?nós acreditamos que um ritmo mais rápido (ou seja, retorno para corte de 50 pontos-base) é improvável?, afirma.

Michael Hood, estrategista macro do Barclays Capital para a América Latina, concorda que, mesmo com ?a inflação abaixo da meta de 4,5%, uma melhora dos números de crescimento e o desejo do BC de se aproximar da chamada ?taxa neutra de juro? irão manter o Copom em um ritmo cauteloso, sendo improvável um retorno para um ritmo de 50 pontos-base?.

O fato de a votação por um corte de 25 pontos-base ter sido unânime destrói as expectativas de que o BC poderia voltar para um ritmo de 50 pontos-base, observa Ricardo Amorim, estrategista do WestLB para mercados emergentes. ?Nós continuamos a projetar a Selic alcançando 11,50% em 2007 e 10,50% em 2008.?

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