Copom corta meio ponto na taxa Selic

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu ontem a taxa básica de juros da economia (Selic) em 0,50 ponto percentual, para 19% ao ano. O mercado apostava numa queda entre 0,25 e 0,50 ponto percentual. Este é o segundo mês seguido que o Copom corta a taxa. No mês passado, o BC encerrou o mais longo período de aperto dos juros e reduziu a Selic de 19,75% para 19,5% ao ano, o primeiro corte depois de 17 meses.

No comunicado à imprensa, o Copom diz que: ?avaliando que a flexibilização da política monetária neste momento não compromete as conquistas obtidas no combate à inflação, o Copom decidiu, por unanimidade, reduzir a taxa Selic para 19% ao ano, sem viés?. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo IBGE e usado pelo governo no sistema de metas de inflação, acumula alta de 3,95% até setembro. Nos últimos 12 meses, o índice está em 6,04%.

O BC persegue uma meta ajustada de 5,1% para 2005. O IGP-M, da Fundação Getúlio Vargas, acumula inflação de apenas 0,21% no ano e o IGP-DI, de 0,19%. Ambos são usados como referência para o reajuste de tarifas administradas

Repercussão

O presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Guilherme Afif Domingos, disse que a redução da Selic atendeu às expectativas do mercado, que via espaço para uma queda mais rápida e acentuada dos juros. Em nota, ele destacou que a decisão representa uma importante sinalização ao varejo, tendo em vista a proximidade do final do ano, período em que os comerciantes fazem encomendas à indústria. Afif considerou, entretanto, modesto o efeito da queda da Selic sobre as taxas de juros no curto prazo.

A Fecomercio (Federação do Comércio do Estado de São Paulo) considera que o Copom (Comitê de Política Monetária) agiu bem, reduzindo a Selic para 19%, mas poderia ter dado início à essa trajetória de queda há mais tempo.

Para o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, ?o Copom continua ignorando a realidade e as evidências apontadas pelos setores produtivos, de que os juros elevados estão se constituindo em sério obstáculo à expansão da economia?. Na avaliação dele, a taxa de 19% colabora para que o País continue com desempenho medíocre e crescimento abaixo da economia mundial e das nações concorrentes mais diretas.

Já o presidente da Abiesv (Associação Brasileira da Indústria de Equipamentos e Serviços para o Varejo), Marcos Andrade, disse que a decisão do Copom de reduzir a taxa básica de juros em meio ponto percentual é coerente, salutar, mas não salva o ano da cadeia varejista. Segundo o empresário, a manutenção das taxas em níveis elevados ao longo de 2005, aliada à alta carga tributária vigente no país, fará com que o setor que fornece equipamentos para lojas tenha desempenho aquém do projetado para este ano e muito inferior ao registrado em 2004.

A ata da reunião do Copom ocorrida ontem e anteontem será divulgada na próxima quinta-feira (27).

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