O Banco Central chegou a cogitar reduzir a taxa básica da economia em 0,50 ponto porcentual – como a maioria dos analistas previa – na reunião realizada nesta quarta-feira, 11. O Comitê de Política Monetária (Copom), no entanto, entendeu que a ancoragem da inflação nos próximos dois anos já abre espaço para acelerar o movimento de corte da taxa Selic. Por isso, o BC surpreendeu a maioria do mercado financeiro.
“O Copom avaliou a alternativa de reduzir a taxa básica de juros para 13,25% e sinalizar uma intensidade maior de queda para a próxima reunião”, cita o comunicado divulgado pelo Banco Central. “Entretanto, diante do ambiente com expectativas de inflação ancoradas, o Comitê entende que o atual cenário, com um processo de desinflação mais disseminado e atividade econômica aquém do esperado, já torna apropriada a antecipação do ciclo de distensão da política monetária”, argumentam os diretores do BC. O Copom explica que, por isso, decidiu estabelecer um “novo ritmo de flexibilização”.
A convergência da inflação para a meta de 4,5% ao ano, diz o BC, “inclui os anos-calendário de 2017 e, com peso gradualmente crescente, de 2018”. O quadro, cita o BC, “é compatível com intensificação da flexibilização monetária em curso”.
O comunicado do BC nota, contudo, que a “extensão do ciclo e possíveis revisões no ritmo de flexibilização continuarão dependendo das projeções e expectativas de inflação e da evolução dos fatores de risco”.